A mineradora Vale, uma gigante no setor de mineração, tem enfrentado uma série de desafios e transformações significativas desde o início do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência da República. Com um histórico de valorização marcante, a empresa viu seu valor de mercado sofrer uma redução considerável nos últimos meses, evidenciando um cenário de incertezas e ajustes tanto no aspecto corporativo quanto no contexto econômico mais amplo do país.
Evolução do Valor de Mercado
As ações da Vale finalizaram 2022 cotadas em média a R$ 88,88, mas na última sexta-feira (08), pouco mais de um ano depois, as ações despencaram para uma média de R$ 65,90, uma queda expressiva de 25% no seu valor de mercado.
Este declínio no valor de mercado reflete não apenas as flutuações do mercado de ações, mas também os desafios internos e externos enfrentados pela mineradora. A Previ, fundo de previdência dos funcionários do Banco do Brasil, figura como o maior sócio da Vale, criando uma conexão direta com o governo, dado o controle estatal sobre o Banco do Brasil. Esta ligação traz à tona a influência do governo Lula na gestão da empresa, um ponto de atenção e debate entre os investidores.
Governança e influência na Estatal
A recente tentativa de mudança na direção executiva da Vale, com a indicação do ex-ministro Guido Mantega para a presidência da empresa, destacou a dinâmica de influência do governo no conselho da companhia.
Mantega, com um histórico de atuação no Ministério da Fazenda durante os governos de Lula e Dilma Rousseff, traz consigo controvérsias relacionadas a períodos de crise econômica, escândalos e prisão na operação Lava Jato por corrupção, adicionando uma camada de complexidade à percepção de governança corporativa da Vale.
O período recente marcou-se por perdas significativas no valor de mercado da Vale, somando quase R$ 50 bilhões em declínio. A decisão de manter Eduardo Bartolomeo no cargo de CEO até dezembro de 2024, contrariando as expectativas de uma mudança para Mantega, reflete as tensões e as incertezas no âmbito de gestão e estratégia empresarial da mineradora.
A Vale, como um dos pilares do setor de mineração brasileiro e global, atravessa um período de reavaliações e ajustes frente às novas dinâmicas políticas e econômicas do país. A influência governamental, as decisões estratégicas de gestão e os desafios relacionados à governança corporativa e reputação são elementos que moldam o futuro da empresa.
Observa-se, portanto, um cenário de atenção e expectativa quanto às próximas etapas na trajetória da Vale, refletindo a complexidade de operar em um ambiente de intensas transformações políticas e econômicas.