Uma recente pesquisa conduzida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelou uma tendência decrescente na presença de aparelhos de TV nos lares brasileiros. Os dados, divulgados hoje, 16 de agosto de 2024, mostram que a proporção de domicílios com televisão caiu de 94,9% em 2022 para 94,3% em 2023, sinalizando possíveis mudanças nos hábitos de consumo de mídia da população, principalmente no crescimento do número de streamings.
Menos TV e mais streamings
O estudo, que faz parte da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), revela uma tendência de queda gradual na presença de televisores nos domicílios brasileiros desde 2016. Naquele ano, 97,2% dos lares possuíam o aparelho, um número que vem diminuindo lentamente ao longo do tempo.
Gustavo Geaquinto Fontes, analista da pesquisa do IBGE, comentou sobre os resultados: “Isso pode refletir mudanças de hábito da população, mas é gradual”. Ele ressalta que, embora a redução seja constante, ocorre de forma lenta, indicando uma transformação paulatina no cenário midiático brasileiro.
A diminuição na presença de televisores nos lares brasileiros pode estar relacionada ao surgimento e popularização de novas formas de consumo de conteúdo audiovisual. O avanço das plataformas de streaming e a disseminação de dispositivos móveis como smartphones e tablets oferecem alternativas à TV tradicional.
Fontes sugere que a explosão das plataformas de streaming de vídeo pode explicar parte dessa tendência, embora não seja o único fator. É importante notar que essas plataformas podem ser acessadas por meio de televisores ou outros equipamentos, o que adiciona complexidade à análise do cenário.
O estudo do IBGE também revela mudanças significativas no panorama da TV aberta e fechada no Brasil. A proporção de domicílios sem recepção de sinal de TV aberta ou fechada aumentou de 3,9% em 2022 para 5,2% em 2023, indicando uma possível migração para outras formas de consumo de conteúdo.
Além disso, a pesquisa mostra uma queda constante na presença de TV por assinatura nos lares brasileiros. Em 2023, apenas 25,2% dos domicílios com televisão tinham acesso a esse serviço, o menor nível registrado desde o início da pesquisa em 2016, quando a proporção era de 33,9%.
O Crescimento do Streaming no Brasil
A pesquisa sobre o uso de serviços de streaming de vídeo foi incluída na Pnad Contínua a partir de 2022, fornecendo insights valiosos sobre essa nova forma de consumo de conteúdo. Em 2023, 42,1% dos domicílios com televisão tinham acesso a streaming de vídeo pago, uma ligeira queda em relação aos 43,4% registrados no ano anterior.
Um dado interessante é que, entre os domicílios com acesso a streaming, 6,1% não possuíam conexão com TV aberta ou TV por assinatura em 2023, um aumento em relação aos 4,7% observados em 2022. Isso sugere que uma parcela crescente da população está optando exclusivamente por serviços de streaming para consumo de conteúdo audiovisual.
Razões para a não adesão à TV por Assinatura
A pesquisa também buscou entender os motivos pelos quais alguns domicílios não possuem TV por assinatura. Entre as residências com televisão, mas sem esse serviço, as principais razões apontadas foram:
– Falta de interesse: 54% dos entrevistados citaram esse motivo.
– Custo elevado do serviço: 39,4% consideraram o serviço caro demais.
É importante considerar que, apesar da redução, a TV ainda está presente em mais de 94% dos domicílios brasileiros, mantendo-se como um meio de comunicação significativo. No entanto, a forma como as pessoas consomem conteúdo através desses aparelhos pode estar mudando, com a integração de serviços de streaming e outras tecnologias.