A morte de Deise Moura dos Anjos, suspeita de envenenar a família com bolo de frutas cristalizadas, causou comoção e levanta novas questões sobre as circunstâncias envolvendo o caso. Encontrada morta dentro da Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, no Rio Grande do Sul, nesta quinta-feira (13), Deise era investigada pela morte de três pessoas da família de seu marido, supostamente vítimas de envenenamento com arsênio.
Acusada de envenenar a família com bolo
Deise foi presa em janeiro deste ano sob suspeita de envenenar a farinha usada na preparação de um bolo consumido na cidade de Torres, no litoral norte do Rio Grande do Sul, na véspera de Natal. Após a ingestão do bolo envenenado, três pessoas da família do marido faleceram. Além disso, a polícia investigava se Deise teria relação com a morte do sogro, Paulo Luiz dos Anjos, em setembro passado. Ele morreu após consumir alimentos levados por ela, como bananas e leite em pó.
A suspeita foi encontrada sem sinais vitais durante a inspeção matinal na penitenciária. De acordo com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), a causa da morte foi asfixia mecânica autoinfligida, sugerindo suicídio.
Após passar um mês no Presídio Estadual Feminino de Torres, Deise foi transferida para Guaíba no dia 6 de fevereiro, por questões de segurança. Segundo a Polícia Penal, ela recebeu três atendimentos psicológicos e dois atendimentos médicos durante sua estadia na penitenciária. Apesar dessas medidas, a administração prisional teria sido alertada, um dia antes do ocorrido, sobre o risco de suicídio.
A suspeita apresentava alterações comportamentais desde que foi informada da decisão de seu marido em formalizar o divórcio. O aviso teria sido dado por um advogado da família, levando a um agravamento de seu estado emocional.
Carta Deixada pela Suspeita
No local onde foi encontrada, Deise deixou um bilhete, descrito como um desabafo. Segundo o delegado Fernando Sodré, chefe da Polícia Civil, a carta revelava que ela se considerava inocente e estava enfrentando um profundo sofrimento e depressão. O conteúdo da mensagem está sendo analisado pelas autoridades para compreender melhor o que motivou a suspeita a tirar a própria vida.
Além de investigar a morte de Deise, a Polícia Civil e o Instituto-Geral de Perícias (IGP) apuram as circunstâncias da morte.