O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) enfrenta o desafio de administrar uma agenda repleta de temas polêmicos. Entre as discussões sobre a anistia aos envolvidos nos atos do 8 de janeiro e a cassação do deputado Glauber Braga (Psol-RJ), Motta busca estratégias para reduzir o clima de tensão no Parlamento. Uma das medidas adotadas foi liberar votações à distância, permitindo que os parlamentares decidam longe do calor das discussões em Brasília.
Motta busca evitar conflitos com votações remotas
Diante do avanço do projeto que propõe anistiar os acusados pelos eventos de 8 de janeiro, Hugo Motta optou por uma mudança na rotina da Câmara. A decisão de permitir votações à distância tem como objetivo evitar confrontos diretos entre os deputados, especialmente em um momento em que o tema gera divisões.
Segundo informações, a lista de apoiadores à proposta, coordenada pelo líder do PL, Sóstenes Cavalcante, já conta com 76 assinaturas de partidos aliados ao governo. Entre eles, estão União Brasil (23), Republicanos (14), PP (14), MDB (13) e PSD (12). Para que a proposta avance de forma acelerada, são necessárias 257 assinaturas, e os cálculos indicam que há 233 até o momento.
A cassação de Glauber Braga
Além da discussão sobre a anistia, Motta precisa administrar as repercussões da decisão do Conselho de Ética da Câmara, que aprovou a cassação do mandato do deputado Glauber Braga. Na última quarta-feira, o presidente foi pressionado por ter aberto uma sessão que tentava impedir a punição ao parlamentar do Psol.
O caso aumentou a pressão sobre Motta, que busca equilibrar os interesses de diferentes grupos dentro da Casa. A medida de liberar votações remotas também pode ser uma forma de reduzir os atritos em um momento sensível.
Estratégia de Motta para o feriado prolongado
Com a proximidade do feriado prolongado da Páscoa e de Tiradentes, Hugo Motta pretende usar o período para ganhar tempo e evitar debates acalorados. A estratégia inclui a suspensão de reuniões presenciais, como a tradicional reunião de líderes que ocorreria nesta quinta-feira (10).
A manobra tem como objetivo esvaziar possíveis conflitos na próxima semana, quando a proposta de anistia pode atingir o número mínimo de apoios necessários para avançar. Ao manter os deputados longe do plenário, Motta espera reduzir a exposição e os embates públicos.