*Sêmia Mauad/ Opinião MT
O senador Wellington Fagundes (PL) emitiu nota contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que indiciou o ex-presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro (PL), pela suposta tentativa de golpe de estado, em janeiro de 2022. Outros aliados do político também se tornaram réus no processo.
“Não nos causou surpresa o recebimento da denúncia contra o presidente Jair Messias Bolsonaro, por suposta tentativa de golpe de Estado, elaborada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Mais uma vez o devido processo legal não foi respeitado. Como alertado por muitos advogados de defesa, eles não tiveram acesso à íntegra das provas”, diz o senador em trecho da nota.
O senador ainda reforçou que o relatório da Polícia Federal, que expôs conversas e trocas de mensagens entre os supostos envolvidos no caso, indicavam que não havia coordenação e envolvimento do ex-presidente.
“Os elementos tornados públicos e que embasam a denúncia não apontaram para o envolvimento do presidente Bolsonaro nos supostos ilícitos. Apesar de ter sido sua vida devassada desde 2021, a PGR não apontou uma só mensagem sua. A versão da denúncia é contraditada por atos públicos e notórios praticados por Bolsonaro: reconheceu o resultado eleitoral, autorizou a transição, nomeou os comandantes das forças armadas indicados por Lula e solicitou desobstrução de rodovias. Todas as tentativas de vinculação se baseiam em conversas de terceiros, que em nada comprovam a sua participação”, ressaltou.
O deputado federal, José Medeiros (PL), afirmou que já esperava pelo indiciamento do ex-presidente e ainda disse que a intenção disso é tirar o político da disputa eleitoral.
“Nós temos aqui uma casinha preparada. Não tem a mínima chance desse processo resultar em observância legal, porque é um processo político para tirar um adversário competitivo da eleição. Não tem nada que se sustente juridicamente. Fizeram uma montagem com milhares de páginas”, disse.
Quem também manifestou descontentamento sobre o indiciamento do ex-presidente foi o deputado federal Nelson Barbudo (PL), que afirmou que ficou surpreendido com o resultado.
“Eu não esperava por isso porque no meu entendimento não há prova contundente. Não tem um áudio do Bolsonaro dizendo `olha, vamos organizar um golpe`, não tem papel, ele não estava nem no país, as pessoas foram de livre e espontânea vontade. Acho que o STF não está sendo justo, porque o STF está fazendo isso? Aí a gente começa a entender que é carta marcada, que é perseguição, não tem cabimento”, disse.