O presidente do INSS foi afastado do cargo após uma megaoperação da Polícia Federal e da CGU revelar um esquema bilionário de descontos indevidos em aposentadorias e pensões. A ação, batizada de Operação Sem Desconto, mobilizou centenas de agentes e ocorreu simultaneamente em diversos estados brasileiros.
Megaoperação da PF investiga fraudes em benefícios do INSS
Na manhã desta quarta-feira (23), a Polícia Federal, com o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU), deflagrou uma operação de grande porte para investigar práticas ilegais envolvendo descontos associativos não autorizados nos pagamentos de aposentados e pensionistas. O foco principal da Operação Sem Desconto é apurar desvios em benefícios previdenciários concedidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Durante a ação, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi afastado de suas funções, como uma das medidas judiciais determinadas em razão das investigações em curso.
Ações ocorreram em 14 estados e no Distrito Federal
A operação envolveu a execução de 211 mandados judiciais, incluindo buscas e apreensões, sequestro de bens e prisões temporárias. As diligências aconteceram no Distrito Federal e em estados como São Paulo, Ceará, Amazonas, Alagoas, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Sergipe.
Cerca de 700 agentes da Polícia Federal e 80 servidores da CGU participaram das ações, que visam desarticular uma possível organização criminosa responsável por práticas fraudulentas contra aposentados e pensionistas do INSS.
Esquema teria causado prejuízo bilionário aos beneficiários
Segundo as investigações, entidades diversas estariam aplicando, sem autorização, descontos mensais nos benefícios de milhares de segurados, como parte de uma suposta associação que não tinha vínculo legítimo com os beneficiários. Estima-se que, entre os anos de 2019 e 2024, aproximadamente R$ 6,3 bilhões tenham sido subtraídos indevidamente.
Além do presidente do INSS, outros seis servidores públicos foram afastados temporariamente de seus cargos, suspeitos de envolvimento direto ou indireto com o esquema.
Os alvos da operação poderão responder por uma série de delitos graves, incluindo corrupção ativa e passiva, falsificação de documentos públicos, violação de sigilo funcional, organização criminosa e lavagem de dinheiro. A investigação, ainda em andamento, busca mapear todos os envolvidos, inclusive agentes públicos e entidades privadas que podem ter colaborado para a manutenção do esquema fraudulento por vários anos.