O custo da cesta básica, essencial para o orçamento das famílias brasileiras, apresentou aumento em 13 das 17 capitais analisadas pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). A pesquisa, divulgada na quinta-feira (6), destacou que São Paulo alcançou o maior valor, com a cesta básica chegando a R$ 851. Esse aumento impacta diretamente o poder de compra do trabalhador, especialmente nas capitais com custos mais elevados.
O impacto do aumento no custo da cesta básica
Entre as cidades pesquisadas, além de São Paulo, Florianópolis e Rio de Janeiro também registraram valores acima de R$ 800, consolidando-se como as capitais com os custos mais altos da cesta básica. Por outro lado, Aracaju e Recife apresentaram os menores valores, com custos inferiores a R$ 600, oferecendo um alívio relativo aos moradores dessas regiões.
Ao comparar os dados entre janeiro de 2024 e janeiro de 2025, observou-se que o custo da cesta básica aumentou em 15 capitais, com destaque para o Nordeste, região que registrou as maiores variações. Salvador liderou o ranking de altas, com um aumento expressivo de 6,22%. Em contrapartida, Porto Alegre foi a única capital a apresentar uma redução significativa, de 1,67%, demonstrando um comportamento distinto em relação à maioria das capitais brasileiras.
Com o aumento nos preços, o Dieese estimou que o salário mínimo ideal para atender às necessidades de uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 7.100,00. Esse valor é 4,71 vezes maior que o salário mínimo vigente, fixado em R$ 1.518,00. A estimativa leva em conta gastos básicos, como moradia, alimentação, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.
No primeiro mês de 2025, um trabalhador precisou dedicar cerca de 103 horas e 34 minutos para adquirir os itens da cesta básica. Esse tempo, embora elevado, foi menor do que o registrado em dezembro de 2024, quando eram necessárias 109 horas e 23 minutos. A redução ocorreu devido ao reajuste de 7,5% no salário mínimo, aliviando, em parte, o impacto do aumento nos preços.
Produtos que puxaram os preços para cima
Entre os itens que compõem a cesta básica, o café em pó apresentou aumento de preço em todas as capitais analisadas. Esse movimento foi impulsionado pela oferta reduzida no mercado mundial e pela especulação envolvendo o grão. O tomate também teve um aumento significativo, com preços mais altos em 15 das 17 capitais pesquisadas.
Em contraste, a batata apresentou queda de preços em 9 das 10 capitais do Centro-Sul, reflexo de uma maior produção e oferta no período. Outros itens, como arroz, feijão e leite integral, também registraram reduções de preços em pelo menos metade das localidades analisadas, contribuindo para um equilíbrio parcial no custo total da cesta básica.
Os dados do Dieese sobre o custo da cesta básica em janeiro de 2025 refletem os desafios enfrentados pelas famílias brasileiras para equilibrar o orçamento diante das variações nos preços dos produtos essenciais.