Um laudo necroscópico confirmou a causa da morte do caseiro Jorge Avalo, de 60 anos, morto após ser atacado por uma onça-pintada no Pantanal de Aquidauana, em Mato Grosso do Sul. O documento, emitido pelo Núcleo Regional de Medicina Legal de Aquidauana, revelou que a vítima sofreu um forte trauma na cabeça, resultando em choque neurogênico agudo.
Ataque fatal às margens do rio Miranda
O ataque ocorreu no dia 21 de abril, às margens do rio Miranda, em uma região conhecida por ser habitat natural da onça-pintada. Segundo o laudo divulgado pela polícia no início da semana, a causa da morte foi um choque neurogênico – condição que compromete a comunicação entre o cérebro e o corpo – desencadeado por um trauma craniano intenso.
O documento afirma que o trauma foi compatível com a mordida de um animal carnívoro de grande porte, identificado como uma onça-pintada. Marcas profundas de mordidas, ferimentos severos e a ausência de partes do corpo, como a cabeça, pescoço, ombro, braço esquerdo e parte do tórax, reforçam essa conclusão.
A perícia revelou que Jorge Avalo ainda estava vivo no momento em que foi atacado. Lesões vitais foram encontradas no corpo, indicando que o organismo ainda funcionava durante o início do ataque. Além disso, sinais no braço direito da vítima sugerem uma tentativa de defesa, evidenciando que ele estava consciente nos primeiros instantes do confronto com o felino.
Também foram observados vestígios de sangue e fragmentos de tecido humano no local do ataque, sugerindo que o corpo foi arrastado. Após a morte, houve predação, com a ausência de órgãos internos e grande quantidade de tecido muscular, um comportamento típico da onça-pintada.
Características do ataque confirmam presença da onça-pintada
O parecer técnico reforça que os ferimentos encontrados são compatíveis com o padrão de ataque característico da onça-pintada: uma mordida lateral no crânio, que atinge o cérebro de forma letal. Não foram encontrados indícios de violência humana no corpo da vítima, o que elimina a hipótese de envolvimento de terceiros.
O Governo de Mato Grosso do Sul informou que a onça envolvida no ataque segue sob cuidados no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), em Campo Grande. De acordo com boletim divulgado no dia 6 de maio, o animal está em condição estável, ativo principalmente durante a noite — período de maior atividade para a espécie — e se alimenta normalmente.
Até o momento, não houve novas atualizações sobre o estado do felino, que continua em observação por especialistas. A presença da onça-pintada na região reforça os cuidados que moradores e visitantes devem ter ao frequentar áreas de mata no Pantanal, especialmente durante períodos de cheia, quando esses animais se aproximam de áreas habitadas.