O ministro Silvio Almeida, responsável pela pasta de Direitos Humanos no governo Lula, enfrenta acusações de assédio sexual feitas pela organização Me Too Brasil. As denúncias, que envolvem casos ocorridos no ano passado, incluem a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
Denúncias sobre Silvio Almeida
Segundo o portal Metrópoles, Anielle Franco é uma das vítimas de assédio sexual. A Folha confirmou as informações. Procurado pela reportagem, Silvio Almeida não se manifestou, e Anielle também não comentou o caso. Em nota, a organização Me Too Brasil confirmou a acusação contra o ministro, sem revelar os nomes das denunciantes.
“A organização de defesa das mulheres vítimas de violência sexual, Me Too Brasil, confirma, com o consentimento das vítimas, que recebeu denúncias de assédio sexual contra o ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos. Elas foram atendidas por meio dos canais de atendimento da organização e receberam acolhimento psicológico e jurídico”, diz a nota.
A organização destacou que, como ocorre frequentemente em casos de violência sexual envolvendo agressores em posições de poder, as vítimas enfrentaram dificuldades em obter apoio institucional para validar suas denúncias. Por isso, autorizaram a confirmação do caso para a imprensa.
Anielle Franco e Silvio Almeida foram anunciados como ministros do governo Lula no final de dezembro de 2022. Anielle, irmã da vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018, é formada em jornalismo e literatura, com mestrado em relações étnico-raciais pelo CEFET/RJ. Ela se casou recentemente com o criador de conteúdo Carlos Frederico da Silva.
Silvio Almeida é mestre em direito político e econômico pela Faculdade de Direito do Mackenzie, com graduação em filosofia e doutorado em direito pela USP. Autor de livros como “Racismo Estrutural” e “Marxismo e Questão Racial”, ele deixou de ser colunista da Folha em novembro de 2022, após ser nomeado para a equipe de transição de Lula.
Outras Denúncias
Reportagem do UOL revelou que a pasta de Silvio Almeida enfrenta denúncias de assédio moral, com dez procedimentos internos de apuração. Sete desses procedimentos foram arquivados por “ausência de materialidade”, enquanto três permanecem abertos até julho de 2024.
O ministério negou a existência de um ambiente de assédio e afirmou que a reportagem se baseia em “falsas suposições, sem lastro na realidade ou em qualquer registro produzido pelos órgãos de controle da pasta”. A pasta destacou ainda que desenvolve diversas ações para prevenção e enfrentamento de assédios e discriminações.