O velório de Maria Luísa Oldembergas, de apenas 7 anos, aconteceu na manhã desta quinta-feira (6) no Cemitério da Penitência, localizado no Caju, região central do Rio de Janeiro. A criança faleceu após ser atingida por uma pilastra que desabou em um playground de um condomínio no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste da cidade. O corpo da vítima será cremado em cerimônia reservada à família.
No mesmo dia, por volta das 11h, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ) programou uma vistoria no local para apurar as condições estruturais e identificar possíveis irregularidades na obra.
Queda de uma pilastra do balanço
Na noite de quarta-feira (5), moradores do condomínio se reuniram para homenagear Maria Luísa. Dezenas de pessoas soltaram balões brancos e aplaudiram em sinal de respeito e pesar pela tragédia. A comunidade segue abalada com o ocorrido.
O acidente aconteceu enquanto a criança brincava com amigas no playground do condomínio. Segundo testemunhas, o espaço havia passado recentemente por uma reforma. A vítima estava sobre uma esteira suspensa, fixada a quatro colunas de concreto, quando uma das estruturas desabou e atingiu sua cabeça.
Vídeo: Reprodução Redes Sociais.
De acordo com relatos de moradores, a obra foi realizada pelo zelador do prédio sem aprovação formal dos condôminos ou supervisão de um profissional habilitado. O caso foi registrado por câmeras de segurança do prédio, que mostram o momento exato do acidente. As imagens revelam que outras crianças também estavam no local e tentaram socorrer Maria Luísa antes de buscar ajuda desesperadamente.
Investigação policial e responsabilidades
A 42ª Delegacia Policial (Recreio dos Bandeirantes) ficou responsável pela investigação do caso. A Polícia Civil já realizou a perícia no local e segue ouvindo testemunhas para esclarecer os detalhes da tragédia.
O delegado Alan Luxardo, responsável pelo inquérito, declarou que todas as pessoas envolvidas na execução da obra estão sendo intimadas para prestar depoimento. Segundo ele, os investigadores buscam identificar se houve falhas no projeto, na execução ou na manutenção da estrutura. “É necessário compreender qual erro ocorreu e responsabilizar aqueles que tenham contribuído para essa fatalidade. Os envolvidos podem responder por homicídio culposo, caso seja comprovada negligência”, afirmou Luxardo.

Com base nos relatos preliminares, há indícios de que a instalação das pilastras no playground não seguiu os padrões de segurança exigidos por lei. A falta de supervisão profissional e a suposta execução por uma pessoa não qualificada levantam questionamentos sobre a responsabilidade do condomínio e da administração predial. O Crea-RJ poderá emitir laudos técnicos que embasarão as decisões judiciais futuras.
Moradores demonstram preocupação com a segurança do condomínio e cobram medidas para evitar novas tragédias. “Nós confiamos que o playground fosse um local seguro para nossas crianças. Agora, queremos que a justiça seja feita e que falhas como essa não se repitam”, afirmou um dos residentes.