O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, determinou o uso obrigatório de câmeras corporais por policiais militares em operações no estado de São Paulo. A decisão, tomada após solicitação da Defensoria Pública, estabelece diretrizes para garantir a efetividade do sistema, incluindo o fornecimento de informações sobre processos disciplinares e a apresentação mensal de relatórios pelo governo estadual.
Uso obrigatório das câmeras: principais exigências
Na decisão, Barroso destacou a importância do uso contínuo das câmeras corporais como medida de transparência e segurança nas operações policiais. A determinação inclui:
– Reconstrução do número de câmeras em operação: São exigidos, no mínimo, 10.125 equipamentos ativos.
– Gravação ininterrupta: O funcionamento das câmeras deve ser contínuo até que seja comprovada a eficácia do sistema de acionamento remoto, que pode ser automático ou manual.
– Divulgação de dados: Informações sobre as operações devem ser publicadas no portal oficial da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.
– Relatórios mensais: O governo estadual deve apresentar relatórios detalhados sobre a implementação das medidas.
– Supervisão disciplinar: Processos internos de investigação sobre o descumprimento do uso das câmeras também precisam ser reportados.
Contexto da decisão
A determinação ocorre em um cenário de pressão pela maior transparência nas ações policiais, tema amplamente discutido por órgãos de direitos humanos e pela sociedade civil.
A Defensoria Pública do Estado de São Paulo protocolou o pedido ao STF como forma de assegurar que as câmeras corporais sejam efetivamente utilizadas, contribuindo para a supervisão das atividades policiais e a redução de abusos.
Em resposta ao STF, o governo do estado informou que as ações previstas para a execução do contrato com a fornecedora dos equipamentos estão sendo realizadas gradualmente. Testes operacionais estão agendados para o dia 10 de dezembro, conforme cronograma apresentado.
A determinação também prevê a apresentação mensal de relatórios pelo governo estadual ao STF. Esses documentos devem detalhar o andamento das medidas estabelecidas, incluindo o status dos processos disciplinares, a capacitação dos agentes e o progresso na implementação das ações previstas no contrato com a fornecedora das câmeras.