As contas externas do Brasil encerraram março de 2025 com um déficit de US$ 2,24 bilhões, conforme dados divulgados pelo Banco Central nesta segunda-feira (28), no relatório “Estatísticas do Setor Externo”. O valor revela um desempenho menor se comparado ao mesmo período de 2024, quando o saldo negativo foi de US$ 4,09 bilhões, representando uma queda de 45,1%.
Piora nas contas externas impacta na balança comercial e da renda primária
No mês de março, o saldo da balança comercial foi positivo, totalizando US$ 7,64 bilhões. Esse número é US$ 1,29 bilhão superior ao registrado no mesmo mês do ano passado. Já no campo da renda primária, que envolve o pagamento de rendimentos como juros, lucros e dividendos ao exterior, foi contabilizado um déficit de US$ 5,78 bilhões, valor inferior aos US$ 6,68 bilhões registrados em março de 2024.
As contas externas refletem, além do desempenho da balança comercial, os serviços contratados por brasileiros fora do país e as transferências de renda. Em março, a conta de serviços, por exemplo, apresentou um déficit de US$ 4,35 bilhões, maior que os US$ 3,89 bilhões observados no mesmo mês do ano anterior.
Acumulado de 12 meses e relação com o PIB
Considerando o acumulado dos últimos 12 meses, o saldo negativo das transações correntes atingiu US$ 68,5 bilhões, o que corresponde a 3,21% do Produto Interno Bruto (PIB). Em fevereiro, esse percentual estava em 3,28% do PIB, com déficit de US$ 70,3 bilhões.
No mesmo período em 2024, o déficit era de US$ 26,3 bilhões, equivalente a 1,17% do PIB. Esses números demonstram o comportamento recente das contas externas e sua influência na economia nacional.
Investimento Direto no País recua, mas compensa déficit
O déficit das contas externas registrado em março foi, em parte, compensado pela entrada líquida de Investimento Direto no País (IDP), que somou US$ 5,99 bilhões no mês. Apesar do volume significativo, houve uma queda de 41,5% em relação a março de 2024, quando o IDP alcançou US$ 10,24 bilhões. O IDP é fundamental para o financiamento do déficit nas transações correntes, contribuindo para a estabilidade das contas externas.