O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), utilizou as redes sociais nesta sexta-feira (12) para negar qualquer uso ilegal da ferramenta FirstMile. A declaração ocorre um dia após a operação da Polícia Federal, que resultou na prisão de cinco pessoas ligadas à chamada “Abin Paralela”.
A defesa de Alexandre Ramagem
Em sua manifestação, Alexandre Ramagem classificou a investigação da Polícia Federal como baseada em “ilações e rasas conjecturas”. Segundo ele, o sistema FirstMile, alvo das investigações, é utilizado por outras 30 instituições, reforçando a regularidade de sua aquisição.
“A aquisição foi regular, com parecer da AGU, e nossa gestão foi a única a fazer os controles devidos, exonerando servidores e encaminhando possível desvio de uso para a corregedoria. A PF quer, mas não há como vincular o uso da ferramenta pela direção-geral da Abin”, afirmou Ramagem na rede social X.
Ramagem também destacou que as autoridades judiciais e legislativas não foram monitoradas. “Não se encontram em FirstMile ou interceptação alguma. Estão em conversas de WhatsApp, informações alheias, impressões pessoais de outros investigados, mas nunca em relatório oficial contrário à legalidade”, enfatizou o parlamentar.
Contexto das acusações
A operação da Polícia Federal, realizada nesta quinta-feira (11), revelou que a suposta “Abin Paralela” também teria espionado auditores da Receita Federal que investigavam um suposto esquema de “rachadinha” envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Contudo, Ramagem negou qualquer envolvimento nesse caso específico. “Não há interferência ou influência em processo vinculado ao senador Flávio Bolsonaro. A demanda se resolveu exclusivamente em instância judicial”, afirmou.
Na operação de ontem, a Polícia Federal prendeu cinco pessoas acusadas de espionagem ilegal na Abin. Os alvos incluíam um militar do Exército, um agente da Polícia Federal, um empresário, um influenciador digital e um ex-assessor da Secretaria de Comunicação Social do governo Bolsonaro. As prisões marcam uma nova fase nas investigações sobre possíveis desvios e uso indevido de ferramentas de inteligência no Brasil.