A partir desta quinta-feira (11), os servidores do INSS iniciam uma greve nacional, abrangendo tanto os trabalhadores presenciais quanto os em home office. A paralisação deve afetar serviços essenciais, como a análise e concessão de benefícios, atendimentos presenciais, recursos, revisões e o pente-fino em auxílios.
Uma nova greve dos servidores do INSS
De acordo com o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Seguro Social e Previdência Social (SINSSP-BR), cerca de 50% dos servidores do INSS em home office aderiram à greve. O INSS, por sua vez, informou que até o momento não há agências fechadas e que os canais remotos, como o aplicativo Meu INSS e a Central Telefônica 135, continuam funcionando normalmente.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu nesta quinta-feira (11) com a ministra Esther Dweck, de Gestão e Inovação em Serviços Públicos, para discutir as reivindicações dos servidores do INSS. Além disso, o SINSSP e a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) já notificaram o governo sobre a greve e marcaram uma reunião do comando de greve para sexta-feira (12).
Histórico de Mobilizações
Antes de optar pela greve, os servidores do INSS já estavam em uma “operação apagão”, que reduziu em 20% a produção e evitou horas extras e cumprimento de metas de produtividade. Esta operação fazia parte do enfrentamento à fila de benefícios. Os servidores reivindicam um reajuste salarial de 33% até 2026 e a valorização da carreira de técnico do seguro social.
Redução no quadro de Servidores
Em 2015, o INSS contava com mais de 25 mil servidores, número que caiu para quase 19 mil atualmente, sendo 15 mil técnicos responsáveis pela maioria dos serviços e 4 mil analistas. O Sinsprev/SP (Sindicato dos Servidores e Trabalhadores Públicos em Saúde, Previdência e Assistência Social no Estado de São Paulo) informou que mais de 300 gestores devem entregar seus cargos para aderir à greve.
Os servidores do INSS exigem, além do reajuste salarial, que a carreira de técnico do seguro social seja reconhecida como uma carreira de estado, essencial para o funcionamento da máquina pública. Eles também defendem que o cargo de técnico do seguro social exija nível superior, devido à complexidade das atividades desenvolvidas. Há ainda uma preocupação crescente com o uso de inteligência artificial nas análises do INSS.
Posicionamento do INSS e propostas do Governo
O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, reconheceu a legitimidade das demandas dos servidores e afirmou que as questões não financeiras seriam levadas ao governo para evitar a paralisação. No entanto, a última proposta do governo, que inclui um aumento de 9% em janeiro de 2025 e 5% em abril de 2026, além do alongamento da carreira de 17 para 20 padrões, não foi bem recebida pelos servidores.
Mudanças na Gratificação
Na última reunião com as entidades representativas dos servidores do INSS, realizada em Brasília, o governo propôs substituir a Gratificação de Atividade Executiva (GAE), existente há mais de 30 anos, pela Gratificação de Atividade.
Essa mudança pode resultar em valores menores para servidores em início de carreira e no congelamento das gratificações para mais de 50 mil aposentados e pensionistas. Com impactos significativos em serviços essenciais, a paralisação ressalta a urgência de um diálogo mais efetivo entre os trabalhadores e o governo. A resolução desse impasse é crucial para o funcionamento adequado do INSS e para a garantia dos direitos dos beneficiários.