A mais recente pesquisa CNT/MDA, divulgada nesta terça-feira (25), apontou um aumento expressivo na avaliação negativa do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O levantamento indica que 44% da população considera a atual administração ruim ou péssima, enquanto 28,7% a classificam como ótima ou boa. Esta é a pior avaliação do governo desde sua posse.
Aumento na avaliação negativa do governo Lula
O percentual de desaprovação do governo subiu significativamente em relação à última pesquisa, realizada em novembro de 2024. Na ocasião, 31% dos entrevistados avaliavam negativamente a gestão, índice que agora chega a 44%. Por outro lado, a aprovação caiu de 35% para 29%. O estudo foi conduzido entre os dias 19 e 23 de fevereiro, ouvindo 2.002 pessoas, com margem de erro de 2,2 pontos percentuais e nível de confiança de 95%.
Fatores que Influenciam a Percepção Pública
O crescimento da avaliação negativa do governo Lula ocorre em meio a um cenário de desafios políticos e econômicos. Um dos fatores apontados por especialistas como um possível influenciador desse índice é a queda do Brasil no Índice de Percepção da Corrupção (IPC) da Transparência Internacional. Em 2024, o país registrou 37 pontos no ranking global, caindo duas posições e ocupando agora o 107º lugar entre 180 nações.
Além disso, questões econômicas, como a inflação e a alta carga tributária, também têm sido temas recorrentes no debate público. O cenário político polarizado e as dificuldades na aprovação de reformas estruturais no Congresso são outros fatores que podem ter impactado a percepção dos eleitores.
Comparação com governos anteriores
O atual índice de avaliação negativa do governo Lula supera o do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no mesmo período de gestão. Em fevereiro de 2021, com dois anos de mandato, Bolsonaro registrava 36% de reprovação.
Historicamente, Lula teve avaliações mais positivas em seus governos anteriores. Em fevereiro de 2005, durante seu primeiro mandato, sua aprovação alcançava 42% segundo a mesma pesquisa. Já em março de 2009, no segundo mandato, esse número subiu para 62%, consolidando uma forte aceitação popular à época.
A queda nos índices de aprovação do governo Lula acende um alerta para o Planalto, especialmente em um momento crucial para a articulação política e econômica. Medidas para reverter essa tendência podem incluir ajustes na comunicação governamental, reforço em políticas sociais e avanço em projetos estruturais que respondam às demandas da população.
A gestão enfrenta desafios significativos para recuperar a confiança dos eleitores, especialmente em meio a um cenário econômico instável e às cobranças por maior transparência e eficiência administrativa. O desenrolar dos próximos meses será determinante para a trajetória política do governo e sua capacidade de reverter a tendência de insatisfação popular.