O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que, caso os Estados Unidos decidam elevar as tarifas sobre produtos brasileiros, o Brasil responderá com a mesma medida. A declaração foi dada nesta quinta-feira (30) em resposta às ameaças do presidente norte-americano Donald Trump sobre um possível aumento de taxas para mercadorias brasileiras. Lula destacou que a reciprocidade será aplicada de forma direta e sem dificuldades.
Brasil adotará reciprocidade em relação a tarifas dos EUA
Durante sua declaração, Lula foi enfático ao afirmar que o Brasil não hesitará em tomar medidas semelhantes caso os EUA implementem novos impostos sobre produtos nacionais. O presidente destacou que a relação comercial entre os dois países precisa ser equilibrada e que qualquer ação desfavorável por parte do governo norte-americano resultará em uma resposta equivalente do Brasil.
“Se ele taxar os produtos brasileiros, haverá reciprocidade do Brasil em taxar os produtos dos EUA”, afirmou Lula, deixando clara a intenção de manter uma postura firme diante das ameaças comerciais.
Ausência de contato com Trump
O presidente também mencionou que, no momento, não tem interesse em manter um contato direto com Trump. Ele atribuiu essa falta de comunicação à ausência de negociações formais entre os dois governos. Lula reforçou que qualquer decisão tomada pelos EUA deve respeitar a soberania dos outros países e que cada nação tem autonomia para conduzir suas próprias políticas econômicas.
“Não me importo se ele vai brigar por territórios em outras regiões, mas ele precisa respeitar a soberania dos outros países”, declarou Lula, enfatizando a necessidade de civilidade nas relações internacionais.
Conflitos comerciais entre Trump e líderes latino-americanos
As recentes ameaças de Trump não se limitaram ao Brasil. O presidente dos EUA tem se envolvido em atritos com diversos líderes latino-americanos, incluindo a presidente do México, Claudia Sheinbaum, e o presidente da Colômbia, Gustavo Petro. No caso colombiano, o conflito surgiu após uma discussão sobre a deportação de imigrantes, levando Trump a ameaçar com aumentos tarifários e restrições de entrada nos Estados Unidos.
As políticas de deportação implementadas pelo governo norte-americano também impactaram o Brasil, com relatos de tratamento considerado agressivo, incluindo o uso de algemas e acorrentamento dos deportados durante o retorno ao país de origem. Essas medidas geraram preocupação entre os governos da América Latina e reforçaram o tom crítico de Lula em relação à abordagem de Trump.
Apesar dos recentes desentendimentos, Lula manifestou interesse em aprimorar as relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos. O presidente destacou a importância de fortalecer o comércio bilateral, ampliando exportações e importações conforme necessário para manter uma relação equilibrada entre as duas nações.
“O que eu quero é melhorar nossa relação com os Estados Unidos, exportar mais se for necessário, importar mais se for necessário. O que importa é manter nossa relação de longa data”, afirmou o presidente brasileiro.