O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou recentemente que não utilizou a palavra “golpe” em sua delação premiada. Segundo Cid, o termo teria sido inserido nos autos pela Polícia Federal (PF), levantando questionamentos sobre a integridade do processo investigativo. O áudio foi publicado nesta quarta-feira (29) pela Revista Veja.
Declarações de Mauro Cid sobre o suposto “golpe”
Em uma conversa com um interlocutor não identificado, Cid expressou sua insatisfação com a inclusão do termo “golpe” em sua delação. Ele enfatizou que, durante seu depoimento, não mencionou essa palavra em nenhuma ocasião. “Vou te dizer… Esse troço tá entalado, cara. Tá entalado. Você viu que o cara botou a palavra golpe, cara? Eu não falei uma vez a palavra golpe, eu não falei uma vez a palavra golpe! Então, quer dizer… Foi furo, foi erro, sei lá, acho até a condição psicológica que eu tava na hora ali [do depoimento]. P… Eu não falei golpe uma vez. Não falei golpe uma vez”, desabafou Cid na gravação.
Aúdio: Reprodução Revista Veja.
Reação da Polícia Federal
Diante das alegações de Cid, a Polícia Federal foi procurada para comentar o assunto, mas até o momento não se pronunciou oficialmente. A instituição está no centro das discussões, especialmente após Cid sugerir que houve uma pressão para que ele corroborasse uma narrativa pré-estabelecida pela PF.
A delação premiada de Mauro Cid foi homologada em setembro de 2023 e permanece sob sigilo. No entanto, trechos vazados indicam que Cid teria mencionado que o ex-presidente Bolsonaro considerava duas possibilidades para se manter no poder após as eleições de 2022: alegações de fraudes na votação e a adesão das Forças Armadas a uma possível tomada do poder. Além disso, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro teriam apoiado essas iniciativas.