Sêmia Mauad/ Opinião MT
O desembargador da Terceira Câmara Criminal, Luiz Ferreira da Silva, determinou a soltura do vereador do MDB, Paulo Henrique de Figueiredo. O parlamentar foi preso na última sexta-feira, dia 20 de setembro, durante operação Pubblicare, efetuada pela polícia.
O vereador vai ser solto, mas vai fazer uso de tornozeleira eletrônica. Além disso, o magistrado determinou ainda que o parlamentar seja afastado do mandato até que o processo termine.
Conforme diz o documento do magistrado “Defiro, em parte, a liminar vindicada para substituir a prisão preventiva decretada contra Paulo Henrique de Figueiredo, pelas seguintes medidas cautelares: comparecimento obrigatório a todos os atos do processo; proibição de se ausentar da comarca onde reside; não manter contato, seja pessoal ou por qualquer meio de comunicação eletrônica, com qualquer testemunha que venha a ser arrolada no processo; proibição de frequentar a SORP como quaisquer órgãos da administração pública direta ou indireta no município de Cuiabá; afastamento da função pública; uso de tornozeleira eletrônica”.
Com o afastamento do vereador, Raulf Macedo (PSD) assume a cadeira na Câmara Municipal.
OPERAÇÃO DA POLÍCIA
O vereador de Cuiabá, Paulo Henrique (MDB) foi preso pela polícia na manhã da última sexta-feira, dia 20 de setembro, durante mais uma fase da Operação Pubblicare que é desmembramento de outra: a Ragnatela. A polícia investiga a influência do parlamentar na liberação de licenças na Prefeitura da capital, para realização de shows em casas noturnas por facção criminosa.
O vereador foi preso e chegou de camburão a sede da Polícia Federal. Ele desceu da viatura da PRF, usada na operação, sem algemas.
Segundo a polícia, ele supostamente faria a interlocução entre o grupo criminoso e os agentes públicos e recebia, em contrapartida, dinheiro. Os investigados vão responder na Justiça pelos crimes de corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A ação foi deflagrada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO/ MT).
Ao todo, 15 pessoas medidas cautelares estão sendo cumpridas, o que inclui prisão preventiva, sete mandados de busca e apreensão, sequestro de seis veículo, bloqueio de contas bancárias e até mesmo sequestro de um imóvel.
Outros nomes também da Administração Pública de Cuiabá são alvo e teriam envolvimento com uma facção criminosa, como o ex-fiscal da Secretaria de Ordem Pública, Rodrigo Anderson Rosa. Outros nomes incluem: José Marcio Ambrósio Vieira, José Maria de Assunção, Ronnei Antônio Souza da Silva, Maria Edinalva Ambrósio Vieira, Benedito Alfredo Granja Flores, Paulo Henrique Figueiredo.
A primeira fase da Operação Ragnatela foi realizada em junho deste ano e investigou núcleo de uma facção criminosa que faria lavagem de dinheiro do crime em casas noturnas.
Inclusive, na época, a polícia apurou que os criminosos chegaram a comprar uma casa noturna para realizar a prática de lavagem de dinheiro. Eles teriam pago R$ 800 mil reais pelo imóvel, pagos em dinheiro. Depois da aquisição do local, vários MCs conhecidos nacionalmente cantaram na casa noturna. Os shows eram pagos com dinheiro de facção criminosa. Estão envolvidos também promotores de eventos.