As fortes enchentes que assolam o Rio Grande do Sul, principal produtor de arroz do Brasil, já impactam o varejo nacional. Supermercados e atacarejos em todo o país já iniciaram o racionamento da venda de arroz, leite, óleo de soja e feijão, produtos nos quais o Estado gaúcho tem grande participação na produção. A medida visa garantir o abastecimento para todos os consumidores, mas gera apreensão entre os brasileiros, que temem a falta de produtos básicos na mesa.
Racionamento em Ação
Um dos primeiros a sentir os efeitos do racionamento foi Jair Andrade de Almeida, dono do restaurante em Nova Frei Caneca, em São Paulo. Na quinta-feira (9), ele pretendia comprar 30 fardos de arroz de 30 quilos, quantidade usual para o consumo mensal do seu estabelecimento. No entanto, o atacarejo limitou a venda a apenas dez fardos, obrigando-o a buscar outros fornecedores para suprir a demanda.
O caso de Almeida não é isolado. Consumidores em diversas regiões do país relatam a dificuldade de encontrar arroz em supermercados. Em Cuiabá, a venda em alguns atacarejos já está limitada a pacotes de cinco quilos, enquanto em outros, o limite é por CPF. A medida, embora necessária para evitar o desabastecimento total, gera preocupação entre a população, que teme picos de preços e a falta do produto essencial.
O temor da falta de arroz é real, já que mais de 70% do arroz consumido no Brasil é produzido no Rio Grande do Sul. As enchentes danificaram plantações e dificultaram a logística de escoamento da produção, o que pode levar a uma redução significativa na oferta do produto.
Essa situação gera apreensão entre os consumidores, que já notam um aumento na procura por arroz em supermercados. O pequeno empresário César Augusto Geraldo, por exemplo, comprou dois pacotes de arroz por precaução, mesmo já tendo outros dois em casa. Ele teme que a falta do produto leve a um aumento nos preços.
Abras pede para evitar estoques
Para evitar a intensificação do problema, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) pede aos consumidores que não façam estoques em casa. A entidade argumenta que a compra em excesso pode agravar a escassez do produto, dificultando o acesso para todos.
Apesar do racionamento, as grandes redes de supermercados garantem que os estoques de arroz, feijão, óleo de soja e leite estão normais. A medida de limitar a venda, segundo as empresas, é preventiva e visa garantir que todos os consumidores tenham acesso aos produtos básicos. A situação exige monitoramento constante e medidas para garantir o abastecimento para todos os brasileiros.