O relator do principal projeto da reforma tributária no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), apresentou nesta segunda-feira (9) seu parecer sobre o texto aprovado pela Câmara dos Deputados em julho. Entre as mudanças destacadas está a inclusão de armas e munições na lista de produtos sujeitos à cobrança adicional do Imposto Seletivo, conhecido como “imposto do pecado”.
Principais alterações no Relatório
O relatório mantém mudanças introduzidas pela Câmara, como:
– Isenção de tributos para carnes, frangos e peixes;
– Redução da carga tributária sobre medicamentos;
– Expansão do “cashback” na conta de luz, incluindo serviços de telecomunicação.
Além disso, Eduardo Braga propôs alterações específicas que impactam diferentes setores:
- Imposto do Pecado: A inclusão de armas e munições na lista de produtos com tributação adicional reforça o caráter seletivo desse imposto, que já contempla itens como cigarros e bebidas alcoólicas.
- Veículos para Pessoas com Deficiência: Houve mudanças no teto de isenção para a compra de veículos por pessoas com deficiência.
- Tributação Imobiliária: O relatório propõe ajustes na tributação de operações relacionadas a imóveis.
- Carga Tributária: Uma trava foi sugerida para evitar aumentos expressivos na carga tributária durante o período de transição.
O Impacto do “Imposto do Pecado”
O “imposto do pecado” é uma ferramenta que visa desestimular o consumo de produtos considerados prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente. A decisão de incluir armas e munições na lista de itens sujeitos a essa cobrança adicional gera debates sobre sua eficácia e impacto econômico. Por outro lado, produtos alimentícios essenciais, como carnes e peixes, continuarão isentos de tributos, aliviando o bolso do consumidor.
O parecer de Eduardo Braga será apresentado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) ainda nesta segunda-feira, seguido de uma análise pelos membros do colegiado. A previsão é de que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), leve o texto à votação em plenário na quarta-feira (11).
As Novas Balizas Tributárias
A proposta estabelece diretrizes para os impostos sobre o consumo criados pela reforma tributária:
– IBS (Imposto sobre Bens e Serviços);
– CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços);
– Imposto Seletivo.
Esses tributos substituirão cinco impostos atualmente em vigor (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS), após um período de transição que terminará em 2033. A alíquota padrão unificada deverá ser de 27,97%, conforme estimativa do Ministério da Fazenda.
A unificação dos impostos tem como objetivo simplificar o sistema tributário brasileiro, reduzindo a complexidade e promovendo maior eficiência na arrecadação. No entanto, o processo de transição exigirá ajustes contínuos para evitar impactos negativos em setores sensíveis da economia.