A decisão do governo Lula de autorizar a importação de arroz subsidiado no Rio Grande do Sul, como parte das ações de ajuda humanitária após as chuvas no estado, gerou controvérsia no setor agropecuário. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a medida, enquanto a oposição denunciou o caso ao Tribunal de Contas da União (TCU).
CNA argumenta contra importação desnecessária
A CNA alega que a importação é desnecessária, pois cerca de 85% da safra de arroz do Rio Grande do Sul já havia sido colhida antes das chuvas, garantindo estoque suficiente para atender à demanda interna. A entidade também questiona a falta de consulta aos produtores rurais na formulação da política de importação.
Dados do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) comprovam a alegação da CNA. A safra gaúcha de 2023/2024 atingiu 7,1 milhões de toneladas, volume similar ao da safra anterior (7,239 milhões de toneladas), demonstrando que a produção local é robusta e capaz de suprir o mercado.
O deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS) apresentou denúncia ao TCU, alegando desvio de finalidade e violação da moralidade pública na ação do governo. Segundo ele, a compra de arroz importado com recursos públicos configura propaganda eleitoral irregular, especialmente em ano eleitoral.
Para conter o aumento do preço do arroz em decorrência das chuvas, o governo federal anunciou medidas como:
A disputa em torno da importação de arroz subsidiado no Rio Grande do Sul evidencia as diferentes visões sobre o papel do Estado na regulação do mercado e na mitigação de impactos climáticos.
Enquanto o governo busca garantir o abastecimento e conter preços, a CNA e a oposição defendem a valorização da produção nacional e questionam os métodos utilizados. Cabe ao STF e ao TCU avaliar a legalidade e legitimidade das medidas tomadas, buscando um equilíbrio que atenda às necessidades do setor agropecuário e da população brasileira.