O Comitê de Política Monetária (Copom) deve promover um novo aumento na taxa básica de juros, elevando a Selic para 14,75% ao ano em maio. A projeção vem de uma pesquisa conduzida pelo Banco Central (BC) com agentes do mercado financeiro, na qual 74% dos entrevistados apostam nesse reajuste. Esse possível aumento reflete a estratégia da autoridade monetária para conter a inflação e manter a estabilidade econômica.
Taxa Selic para 14,75% em maio
A pesquisa realizada pelo Banco Central antes da última reunião do Copom revelou que, das 127 respostas coletadas, 74% indicam um ajuste de 0,5 ponto percentual na taxa Selic, o que elevaria os juros para 14,75% ao ano. Outros 19% dos entrevistados acreditam que o aumento será de 0,75 ponto percentual, enquanto 3% preveem uma elevação de apenas 0,25 ponto percentual. Uma pequena parcela de 2% aposta em uma alta mais expressiva, de 1 ponto percentual, enquanto outros 2% acreditam que o ciclo de elevação dos juros já teria sido encerrado em março.
O levantamento, realizado no dia 7 de março, serviu de base para a decisão mais recente do Copom, que aumentou a taxa Selic para 14,25% ao ano após um reajuste de 1 ponto percentual. Foi o terceiro aumento consecutivo desse porte, reforçando o movimento de aperto monetário adotado pelo Banco Central.
Perspectivas para o próximo ajuste da Selic
Em comunicado divulgado após a última reunião, o Copom sinalizou que a taxa de juros continuará subindo no encontro de maio, mas em menor intensidade. Embora tenha indicado um ritmo mais moderado, o comitê não especificou qual será o percentual exato do ajuste.
Na ata publicada no dia 25 de março, o colegiado do Banco Central justificou sua estratégia ao afirmar que os efeitos das elevações anteriores ainda estão sendo absorvidos pela economia. Além disso, o BC ressaltou o elevado grau de incerteza no cenário econômico, razão pela qual preferiu antecipar apenas a direção da política monetária, sem definir um percentual fixo para a próxima decisão.
Caso o mercado esteja correto em suas previsões e a taxa Selic suba para 14,75% ao ano, esse patamar será o mais alto registrado desde agosto de 2006, durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O Comitê de Política Monetária do Banco Central voltará a se reunir nos dias 6 e 7 de maio para definir a nova taxa Selic. O encontro de junho já está agendado para os dias 17 e 18, quando a política monetária será reavaliada com base no cenário econômico do momento.