O preço dos ovos tem registrado um aumento significativo nos últimos meses, gerando preocupação entre consumidores e varejistas. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), essa alta é reflexo de fatores sazonais e deve persistir até o final da Quaresma, quando o mercado tende a se normalizar.
Alta contínua no preço dos ovos
Nos últimos meses, os consumidores têm notado um expressivo aumento no preço dos ovos. Segundo a ABPA, essa elevação está diretamente ligada às condições sazonais da Quaresma, período em que muitos brasileiros substituem o consumo de carnes vermelhas por proteínas mais acessíveis, como ovos e frango. Esse aumento na demanda, combinado com desafios na produção, tem pressionado os preços no mercado.
A ABPA destaca que, embora a previsão seja de estabilização após a Quaresma, não há uma data exata para a queda dos preços. O comportamento do mercado será determinante para definir quando os valores voltarão a patamares mais acessíveis. No entanto, a tendência é que a alta se mantenha por pelo menos dois meses antes de um possível equilíbrio.
Fatores que influenciam a alta dos preços
Diversos elementos têm impactado diretamente o custo dos ovos. Um dos principais é o aumento expressivo nos custos de produção. O preço do milho, essencial para a alimentação das aves, subiu cerca de 30% nos últimos meses. Além disso, os custos com embalagens mais que dobraram, elevando ainda mais o valor final do produto para o consumidor.
Outro fator relevante é o clima. As altas temperaturas registradas recentemente afetam diretamente a produtividade das aves, reduzindo a oferta de ovos e contribuindo para a pressão sobre os preços. Esse cenário, somado à maior demanda sazonal, impulsiona os reajustes no varejo.
A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) também demonstrou preocupação com o avanço dos preços dos ovos. Segundo a entidade, desde a segunda quinzena de janeiro, os fornecedores vêm aplicando reajustes significativos devido à combinação de alta demanda e restrição na oferta. Em algumas regiões do país, o aumento já chega a 40%, afetando diretamente o orçamento dos consumidores.
Diante desse cenário, muitos consumidores têm priorizado os ovos como alternativa às carnes, que também registram preços elevados. Contudo, o custo-benefício do produto também foi afetado pela nova regulamentação do Ministério da Agricultura, que reduziu o peso médio das unidades em quase 10 gramas.
O preço dos ovos segue em alta, impulsionado por fatores sazonais, aumento nos custos de produção e condições climáticas adversas. A previsão é de que o mercado se estabilize após a Quaresma, mas não há uma data exata para a normalização dos preços. Enquanto isso, consumidores e varejistas precisam se adaptar a essa nova realidade, aguardando uma possível redução nos valores nos próximos meses.