O café apresentou o maior aumento de preços em 2024, com a carne bovina se destacando no Centro-Oeste, conforme revelou uma pesquisa da Neogrid (BVMF:NGRD3) divulgada na quinta-feira (23 de janeiro de 2025). O estudo indica que o preço médio do café em pó e em grãos subiu 46,1% entre dezembro de 2023 e dezembro de 2024, passando de R$ 36,89 para R$ 53,90.
Recorde de preço do café em 2024
Um dos principais fatores por trás do aumento no preço do café foi a redução na produção em 2024. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra do café foi estimada em 54,2 milhões de sacas de 60 quilos, uma queda de 1,6% em comparação ao ano anterior. A menor oferta, combinada com uma demanda aquecida durante o período de festas de fim de ano, pressionou os preços para cima, gerando impactos significativos para os consumidores.
Embora o café tenha liderado as altas, outros itens também registraram aumentos expressivos no Centro-Oeste. A carne bovina, por exemplo, apresentou uma alta de 40% em dezembro de 2024. Produtos como óleo de soja, carne suína, detergente líquido e ovos também se destacaram entre os maiores aumentos no período.
Impacto nos varejistas e consumidores
Robson Munhoz, diretor de Relações Corporativas da Neogrid, explicou que o aumento dos preços foi resultado de uma combinação de fatores. Além da redução na produção, a alta demanda sazonal e os custos de produção mais elevados também influenciaram os valores finais. Munhoz destacou a importância da gestão de estoques pelos varejistas para minimizar os impactos da inflação alimentar.
No entanto, nem todos os produtos seguiram essa tendência de alta. Segundo o estudo, itens como legumes, farinha de mandioca, pão, leite UHT e queijos registraram quedas nos preços, refletindo variações nos padrões de consumo e na oferta de alimentos.
Expectativa para 2025
Com a persistência de fatores sazonais e os desafios na produção, analistas alertam que o mercado do café e outros produtos alimentícios essenciais pode continuar apresentando oscilações significativas em 2025. O monitoramento da safra e as ações de gestão logística serão cruciais para equilibrar oferta e demanda.