Nicolás Maduro, atual presidente da Venezuela, autodeclarou-se vencedor das eleições presidenciais realizadas neste domingo (28). Com 51,2% dos votos, ainda faltando 20% das urnas a serem apuradas, Maduro garantiu um novo mandato de seis anos, apesar das acusações de fraude por parte da oposição e da comunidade internacional.
Eleições na Venezuela e as evidências de marmelada
Na tarde de hoje (29), Nicolás Maduro proclamou sua vitória em uma transmissão ao vivo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Em seu discurso, ele celebrou a “conquista histórica” contra o que chamou de fascismo, atribuindo sua vitória à força de figuras históricas como Cristo, Bolívar e Chávez. O presidente venezuelano prometeu tornar irreversíveis a paz e a dignidade da Venezuela durante seu próximo mandato.
De acordo com o CNE, com 80% das urnas apuradas, Maduro obteve 51,2% dos votos, totalizando 5.150.092 votos. Seu principal adversário, Edmundo González Urrutia, da Plataforma Unitária Democrática, conseguiu 44% dos votos, somando 4.445.978. A participação dos eleitores foi de 59%, e a imprensa presidencial declarou que a tendência dos resultados era clara e irreversível.
A vitória de Maduro representa a continuidade do chavismo na Venezuela, um movimento político iniciado pelo ex-presidente Hugo Chávez, que governou o país de 1999 até sua morte em 2013. Os defensores do chavismo o veem como um movimento revolucionário que busca construir uma sociedade mais justa, enquanto os críticos apontam para a centralização de poder e a crise econômica que assola o país.
A campanha eleitoral de Maduro foi marcada por várias polêmicas. O presidente foi acusado de impedir a candidatura de duas opositoras, Corina Machado e Corina Yoris, ambas da Plataforma Unitária Democrática. Em abril, Maduro também foi criticado por divulgar uma cédula de votação com sua foto e nome aparecendo 13 vezes, justificando que o sistema era baseado no desempenho dos partidos nas eleições parlamentares.
Declarações de Maduro durante a campanha
Durante a campanha, Maduro prometeu respeitar os resultados das eleições em resposta às preocupações sobre a integridade do processo eleitoral. No entanto, ele acusou González de planejar um golpe de Estado e sugeriu que não aceitaria uma derrota. Em um discurso no final da campanha, Maduro alertou que uma vitória da oposição poderia levar o país a um “banho de sangue” e uma “guerra civil”. A oposição, por sua vez, continua a questionar a legitimidade do processo eleitoral, mantendo a tensão política elevada no país.