Um evento organizado por 27 centrais sindicais em São Paulo para comemorar o Dia do Trabalhador, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não alcançou as expectativas esperadas. O próprio Lula admitiu que a manifestação foi “mal convocada”, destacando um momento de reflexão sobre a relação atual entre o governo e os movimentos sindicais.
Sindicatos perdendo força?…
Durante o discurso no palco principal, Lula fez questão de apontar falhas na organização do evento, diante de uma audiência reduzida.
“Macêdo é responsável pelo movimento social brasileiro. Não pensem que vai ficar assim. Ontem disse para o Márcio que o ato está mal convocado. Não fizemos o esforço necessário para levar a quantidade de gente que era preciso levar”, afirmou Lula.
Imagens aéreas transmitidas pela GloboNews confirmaram a baixa presença de público, contrastando com a grande área preparada para receber os manifestantes.
A maioria dos presentes vestia vermelho e portava bandeiras da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e de outras entidades, mas isso não foi suficiente para preencher o espaço.
A relação entre o governo Lula e as centrais sindicais parece ter se enfraquecido ao longo do tempo. Em abril, houve reclamações específicas porque apenas a CUT foi convidada para uma reunião importante em Brasília, o que evidenciou uma divisão entre as centrais. O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, expressou descontentamento com a crescente distância entre o governo e os sindicatos, especialmente em um mandato que já é o terceiro de Lula.
Presidente descontente
Além das críticas de Miguel Torres, Luiz Antônio de Medeiros, presidente de honra da Força Nacional, optou por não comparecer ao evento de 1º de Maio. Outros líderes de esquerda, como o deputado federal Paulinho da Força, vice-presidente do Solidariedade, também demonstraram insatisfação.
Paulinho criticou o governo por fazer “muito pouco” pelos trabalhadores, uma posição que ele já havia antecipado ao prever que o evento seria “esvaziado”.
A baixa adesão ao evento em São Paulo reflete não apenas uma falha de convocação, mas também um sinal claro de que a atual administração precisa reavaliar e fortalecer suas estratégias de engajamento com esses grupos vitais para seu apoio político.