A jovem Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, foi brutalmente assassinada em Cajamar, na Grande São Paulo. Seu corpo foi encontrado no dia 5 de março, dias após seu desaparecimento em 26 de fevereiro. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) revelou que a causa da morte foi hemorragia traumática resultante de múltiplos golpes de faca no tórax, pescoço e rosto. Apesar da violência, não há indícios de abuso sexual.
Laudo do IML e primeiras conclusões da investigação
Os exames realizados pelo IML descartaram o uso de entorpecentes por parte da vítima. No entanto, foi identificado álcool etílico em seu organismo. De acordo com o laudo, essa substância pode ter surgido devido ao processo de decomposição do corpo, o que não permite afirmar com certeza se Vitória consumiu bebidas alcoólicas antes de sua morte. A polícia, no entanto, investiga a possibilidade de ela ter sido dopada antes do crime.
As investigações avançaram quando manchas de sangue foram encontradas na casa do principal suspeito, Maicol Antonio Sales dos Santos, atualmente preso temporariamente. Os peritos analisam se o local pode ter sido utilizado como cativeiro da adolescente antes de sua morte.
Maicol, de acordo com a Polícia Civil, era obcecado por Vitória e a perseguia há meses. Durante uma entrevista coletiva, o delegado Luiz Carlos do Carmo, diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro), classificou o suspeito como um “stalker”. Segundo Carmo, Maicol confessou o crime.
Materiais genéticos e objetos ligados ao caso
A polícia encontrou material genético em uma pá e uma enxada localizadas perto de onde o corpo de Vitória foi descoberto. Esses objetos pertencem ao padrasto do suspeito, que prestou depoimento afirmando que eles haviam desaparecido cerca de 15 dias antes do crime. Ele inicialmente acreditava que as ferramentas tivessem sido furtadas por um funcionário.
Os investigadores agora aguardam os resultados dos exames para determinar se o material genético encontrado nas ferramentas e no local do crime pertence à adolescente. Esse processo pode levar de 30 a 40 dias para ser concluído.
Além das provas físicas, outras evidências levantam suspeitas sobre Maicol. Sua esposa afirmou que ele não dormiu com ela na noite em que Vitória desapareceu, contrariando a versão inicial do suspeito. Registros da localização de seu celular indicam que ele esteve próximo da vítima no período em que o crime ocorreu.
Embora Maicol seja o principal suspeito, ele não é o único sob investigação. A Polícia Civil apura a participação de pelo menos mais duas pessoas no caso. Foram solicitados três mandados de prisão, mas, até o momento, apenas a detenção de Maicol foi autorizada pela Justiça.