O governo federal voltou atrás na decisão de aplicar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre investimentos de fundos brasileiros no exterior. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (23) pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que explicou que a mudança ocorreu após receber alertas de agentes do mercado financeiro sobre possíveis impactos negativos da medida.
Por que o governo decidiu rever o IOF?
Segundo o ministro, a decisão de revisar a cobrança do IOF surgiu de análises técnicas e conversas com representantes do setor financeiro. Esses agentes alertaram que a medida poderia gerar ruídos no mercado e prejudicar operações de câmbio e investimentos internacionais.
De acordo com Haddad, o objetivo inicial da proposta não era criar obstáculos, mas fortalecer o controle fiscal. Contudo, ao perceber que a taxação poderia ser interpretada de maneira equivocada, a equipe econômica optou por fazer ajustes. “Percebemos que era necessário revisar para evitar especulações que não condizem com os interesses do governo e da Fazenda”, afirmou.
O ministro destacou que o governo não vê problema em alterar decisões quando percebe riscos ou interpretações equivocadas, desde que isso não comprometa as metas fiscais estabelecidas. Ele também negou que tenha havido reação exagerada, como ocorreu em dezembro passado, quando a isenção do Imposto de Renda (IR) gerou grande repercussão no mercado.
Haddad afirmou que, diferente do episódio anterior, a reação desta vez foi técnica, baseada em fundamentos claros apresentados pelo setor financeiro. “Se não houvesse um questionamento técnico relevante, essa revisão não seria necessária”, explicou.
Decisão foi tomada após discussões internas
O recuo em relação ao IOF foi decidido após uma série de discussões internas na equipe econômica, realizadas na noite anterior ao anúncio. Segundo Haddad, o debate deixou claro que a diferença gerada pela medida era pontual e que a revisão era o caminho mais sensato para evitar qualquer distorção nos mercados.
O ministro reforçou que revisões desse tipo fazem parte da rotina do Ministério da Fazenda, sempre que surgem informações que indiquem a necessidade de ajustes para preservar a estabilidade econômica e o bom funcionamento do sistema financeiro.