Os testes de viabilidade para elevar a mistura de etanol na gasolina de 27% para 30% foram finalizados nesta sexta-feira (28). O estudo, conduzido pelo Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) em Santo André (SP), foi encomendado pelo Ministério de Minas e Energia (MME). Caso a mudança seja aprovada, especialistas indicam que pode haver reflexos no preço do combustível para os consumidores.
Aumento da mistura de Etanol na Gasolina
O MME informou que o relatório técnico com os resultados completos das análises deve ser concluído até o dia 13 de março. Esse documento será essencial para embasar a decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) sobre a possibilidade de alteração no percentual da mistura de etanol na gasolina. No entanto, ainda não há um prazo definido para a decisão final.
O objetivo do estudo foi verificar a viabilidade técnica da nova proporção, considerando fatores como o desempenho dos veículos e possíveis impactos na eficiência do combustível. Segundo comunicado do Ministério de Minas e Energia, os testes foram realizados de forma criteriosa para garantir uma avaliação abrangente sobre os efeitos da mudança.
Além da análise técnica, o CNPE levará em conta outros aspectos antes de aprovar qualquer modificação na mistura de etanol na gasolina. Entre os principais pontos em avaliação estão:
Emissões de Gases do Efeito Estufa: A mudança pode impactar a liberação de poluentes, considerando a necessidade de maior produção de etanol.
Infraestrutura de Produção e Distribuição: O aumento do teor de etanol na gasolina exige adaptações na cadeia produtiva e no transporte do combustível.
Preço ao Consumidor: A variação no percentual da mistura pode afetar os preços finais pagos pelos motoristas nos postos de abastecimento.
Impactos na Arrecadação Tributária: A diferenciação das alíquotas aplicadas sobre gasolina pura e etanol anidro pode modificar a arrecadação de impostos sobre combustíveis.
Lei do Combustível do Futuro e a possibilidade de maior mistura
A proposta de aumentar a mistura de etanol na gasolina está alinhada com a Lei do Combustível do Futuro, sancionada em outubro do ano passado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A legislação permite que o percentual de etanol na gasolina possa ser ampliado para até 35%, incentivando o uso de biocombustíveis no país.
O objetivo da medida é reforçar a utilização de fontes renováveis de energia, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis e promovendo um impacto ambiental mais positivo. No entanto, a decisão sobre o aumento para 30% dependerá dos resultados técnicos e das análises econômicas em andamento.
O aumento da mistura de etanol na gasolina para 30% está sendo analisado com cautela pelas autoridades. Embora os testes técnicos tenham sido concluídos, a decisão final dependerá de uma avaliação ampla dos impactos ambientais, estruturais e econômicos. Com a divulgação do relatório técnico prevista para março, a expectativa é que o Conselho Nacional de Política Energética tenha informações suficientes para definir os próximos passos dessa possível mudança no setor de combustíveis.