O governo federal registrou um aumento expressivo nas despesas com viagens oficiais no primeiro trimestre de 2025. De acordo com dados do Tesouro Nacional, os gastos com diárias, passagens e locomoção atingiram o valor de R$ 789,1 milhões, estabelecendo um novo recorde desde o início da série histórica, em 2011.
Alta nas despesas com passagens e locomoção
As despesas relacionadas a passagens e locomoção totalizaram R$ 340 milhões entre janeiro e março de 2025. Esse valor representa um aumento de 33,4% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Em 2024, a quantia foi de R$ 255 milhões, segundo o relatório do resultado primário divulgado pelo Tesouro Nacional.
A nova cifra supera o antigo recorde, registrado em 2014, durante o governo de Dilma Rousseff, quando foram gastos R\$ 311,3 milhões com deslocamentos oficiais.
Além das passagens, os gastos com diárias também cresceram. De janeiro a março deste ano, o valor desembolsado foi de R$ 449,1 milhões, o que representa uma alta de 26,1% em relação ao mesmo período de 2024, quando o total ficou em R$ 356,2 milhões.
Viagens internacionais e agenda presidencial
No primeiro trimestre de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva permaneceu 96 dias fora do território brasileiro. Apenas em março, ele esteve em missões oficiais no Japão e no Vietnã por sete dias. Posteriormente, no fim de abril, participou do funeral do Papa Francisco no Vaticano, acrescentando dois dias à soma total de ausências. Até o momento, Lula contabiliza 98 dias no exterior desde o início do seu terceiro mandato.
A agenda internacional continua intensa. No dia 6 de maio, o presidente embarca para Moscou, onde participará das celebrações pelos 80 anos do Dia da Vitória. A primeira-dama Janja já havia seguido para o local dias antes, no dia 2 de maio.
Comparativo com gestões anteriores
O acumulado dos três primeiros trimestres de 2023, 2024 e 2025 revela que os gastos com viagens do atual governo já alcançaram a marca de R$ 2 bilhões. Esse número é 52,1% superior ao total registrado durante os quatro anos da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, quando foram gastos R$ 1,3 bilhão com esse tipo de despesa.
No comparativo entre 2022 e 2023, os dados mostram um aumento de 85,7% nas despesas com deslocamentos e passagens. Uma das justificativas apontadas é o crescimento da estrutura ministerial: o número de ministérios passou de 23 para 38, o que acarretou maior volume de viagens e custos operacionais.
Durante o governo Bolsonaro, medidas restritivas e a política de contenção de despesas colaboraram para um cenário de menor gasto. Em 2021, por exemplo, as despesas com viagens somaram R$ 195,3 milhões no primeiro trimestre, o menor valor da série. Já em 2022, houve um crescimento de 59,2% nesse montante, atingindo R$ 311 milhões.