O Tribunal de Contas da União (TCU) iniciou uma investigação para apurar denúncias sobre a presença de funcionários-fantasmas na Embratur. A denúncia, recebida de forma anônima, aponta que, nos últimos seis meses, cerca de 30 pessoas foram contratadas pela agência de promoção do turismo sem exercerem atividades efetivas.
Investigação do TCU sobre funcionários-fantasmas na Embratur
Após análise preliminar, a área técnica do TCU concluiu que os indícios eram suficientes para justificar uma apuração mais detalhada. O ministro Jhonatan de Jesus, do Republicanos de Roraima, foi designado relator do caso por sorteio eletrônico. O ministro, que mantém uma relação próxima com o titular do Ministério do Turismo, Celso Sabino, terá a responsabilidade de conduzir o processo.
Durante a investigação inicial, entrevistas realizadas apontaram inconsistências significativas. Alguns servidores não souberam detalhar as funções desempenhadas pelos supostos funcionários-fantasmas, enquanto outros preferiram não se manifestar. Até o momento, a Embratur afirma que não foi oficialmente notificada pelo TCU sobre o processo, mas informou que está conduzindo uma investigação interna.
Demissões e Medidas Internas
Nos últimos meses, a Embratur já demitiu cinco pessoas mencionadas na denúncia, alegando mau desempenho como justificativa. Entre os nomes envolvidos, destaca-se Marcelo Cebolão, que, apesar das acusações, permanece recebendo um salário de R$ 38,3 mil. A agência governamental explicou que muitos dos mencionados trabalham em regime de teletrabalho ou foram cedidos ao Ministério do Turismo.
Além disso, a presidência da Embratur, liderada por Marcelo Freixo, esclareceu que está revisando os procedimentos internos para avaliar o desempenho de funcionários, especialmente aqueles que exercem suas funções de forma remota. A gestão afirma que essas medidas visam garantir maior transparência e eficiência no cumprimento das atribuições da entidade.
Ação do Ministério Público Federal
Paralelamente à investigação conduzida pelo TCU, a denúncia também chegou ao Ministério Público Federal (MPF). A instituição está analisando as informações em caráter preliminar, mas ainda não instaurou oficialmente um inquérito. Entre os demitidos, duas funcionárias teriam vínculos diretos com o ministro Celso Sabino, o que intensifica os questionamentos sobre o caso.
Enquanto isso, Marcelo Cebolão, citado como um possível funcionário-fantasma, defendeu-se ao afirmar que atua de forma voluntária como tesoureiro-adjunto. Segundo ele, suas atividades são realizadas em “modo remoto”. A Embratur, no entanto, manteve a posição de que as demissões realizadas até agora ocorreram com base em avaliações de desempenho.
A expectativa é de que o TCU avance na coleta de provas e depoimentos para confirmar ou refutar as denúncias. Caso as irregularidades sejam comprovadas, as implicações poderão incluir sanções administrativas e ações legais contra os envolvidos.