Frei Gilson, nome religioso de Gilson da Silva Pupo Azevedo, tem conquistado uma legião de seguidores com suas pregações e presença digital. Com milhões de fiéis acompanhando suas transmissões ao vivo, o sacerdote católico se tornou uma figura central no cenário religioso brasileiro. Recentemente, seu nome ganhou ainda mais destaque após uma live na Quaresma às 4hrs da manhã reunir mais de 1 milhão de pessoas simultaneamente, gerando repercussão não apenas no meio cristão, mas críticas pesadas, especialmente entre os partidos de esquerda no Brasil.
Frei Gilson e a ascensão no cenário religioso
Com a crescente influência de Frei Gilson, grupos políticos conservadores passaram a associar-se à sua imagem. Membro da Congregação Carmelitas Mensageiros do Espírito Santo, o frade lidera o grupo de evangelização musical Som do Monte e mantém forte ligação com a Canção Nova, rede católica de perfil tradicionalista. No YouTube, soma 6,4 milhões de inscritos, enquanto no Instagram ultrapassa os 7,6 milhões de seguidores.
A notoriedade do religioso atraiu a atenção do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que publicou uma foto de Frei Gilson sem legenda em sua conta oficial no X (antigo Twitter). O gesto foi interpretado como um endosso político, especialmente após Bolsonaro afirmar que o frade é um “fenômeno em oração” e que, por isso, estaria sendo alvo de ataques por setores da esquerda.
A defesa ao sacerdote veio também de políticos evangélicos, como o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), um dos parlamentares com maior alcance nas redes sociais. Em um vídeo publicado no último domingo, Nikolas expressou solidariedade a Frei Gilson, destacando que ataques contra religiosos são comuns na história do cristianismo. “Obviamente temos divergências teológicas, mas ele é uma pessoa extraordinária”, afirmou o deputado.
No entanto, setores alinhados ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiram com críticas à ascensão do frade. No Telegram, o grupo “Militância Raiz”, que reúne influenciadores governistas, classificou Frei Gilson como uma peça de influência bolsonarista dentro da Igreja Católica. Para o grupo, o religioso seria uma aposta da produtora Brasil Paralelo para reforçar o conservadorismo dentro do catolicismo brasileiro.
A militância digital começou a disseminar mensagens alertando que a figura do frade poderia representar uma tentativa da direita de politizar a Igreja. A campanha incluiu a circulação de um vídeo antigo de Frei Gilson em uma transmissão de 2021, onde ele fazia orações contra o “flagelo da ditadura” e o “comunismo”. O material foi utilizado por opositores como evidência de um alinhamento do religioso com pautas políticas da direita.
A ofensiva, no entanto, gerou discordâncias dentro do próprio campo governista. O deputado André Janones (Avante-MG) criticou a abordagem, alertando que um embate direto com Frei Gilson poderia ser um erro estratégico para a esquerda. “Não basta ser rejeitado pelos evangélicos, agora vamos brigar com os católicos também?”, questionou ironicamente, referindo-se à predominância cristã na população brasileira.
Influência e Popularidade crescente
Mesmo diante da polarização, a popularidade de Frei Gilson segue em ascensão. Suas pregações reúnem milhões de fiéis e sua atuação musical no grupo Som do Monte continua atraindo ouvintes nas plataformas digitais, como o Spotify, onde registra mais de 1,3 milhão de ouvintes mensais. Além disso, sua liderança na Paróquia Nossa Senhora do Carmo, em São Paulo, reforça sua presença como uma das principais vozes do catolicismo conservador no Brasil.
A verdade é que a figura de Frei Gilson transcendeu o meio religioso e se tornou parte do intenso debate político brasileiro. Seu crescimento no cenário digital e sua associação com líderes conservadores geram reações diversas, tanto de apoio quanto de crítica.
Enquanto setores políticos tentam ridicularizar sua influência, a popularidade do frade continua em ascensão, consolidando-o como um dos mais relevantes líderes católicos da atualidade. Resta saber como sua trajetória será impactada pelas disputas políticas em curso e pelo cenário religioso cada vez mais conectado às redes sociais.