O ex-policial bolsonarista, Jorge Guaranho foi condenado a 20 anos de prisão pelo homicídio de Marcelo Arruda, tesoureiro do PT, ocorrido durante uma festa em Foz do Iguaçu, Paraná. O crime, que ganhou destaque por seu teor político, ocorreu no dia 9 de julho de 2022 e foi classificado como homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e perigo comum. A pena será cumprida em regime fechado.
Ex-policial bolsonarista mata petista
Nesta quinta-feira, (13)o, a juíza Mychelle Pacheco Cintra Stadler anunciou a sentença de 20 anos de reclusão para o ex-policial Jorge Guaranho. Durante o julgamento, a defesa de Guaranho alegou que ele teria agido em legítima defesa, mas os argumentos não foram suficientes para convencer o tribunal.
Segundo a magistrada, o crime foi motivado por intolerância política, uma vez que a vítima era abertamente apoiadora do Partido dos Trabalhadores (PT) e celebrava seu aniversário em uma festa com tema alusivo ao então candidato Luiz Inácio Lula da Silva.
Até então, Guaranho cumpria prisão domiciliar enquanto aguardava o julgamento. Com a condenação, ele iniciará o cumprimento da pena em regime fechado. A defesa ainda pode recorrer da decisão.
Relembre o crime que chocou o país
O caso aconteceu em 9 de julho de 2022, durante a festa de 50 anos de Marcelo Arruda. A celebração, realizada em Foz do Iguaçu, foi organizada com decoração e elementos que homenageavam o então ex-presidente Lula (PT). Na ocasião, Jorge Guaranho, que na época ainda fazia parte do quadro de policiais penais, chegou ao local provocando os presentes com falas e gestos políticos contrários, enaltecendo o então presidente Bolsonaro.
Após uma breve discussão com participantes da festa, Guaranho deixou o local, mas retornou cerca de 10 minutos depois, armado. Ao invadir novamente o espaço, ele atirou contra Marcelo Arruda, que também estava armado e conseguiu reagir. Mesmo assim, o tesoureiro do PT foi atingido e veio a óbito na madrugada do dia 10 de julho. Guaranho, por sua vez, foi agredido por convidados da festa e precisou ser hospitalizado.
Após receber atendimento médico, o ex-policial foi preso e permaneceu detido até setembro de 2024, quando passou a cumprir prisão domiciliar. Durante o julgamento, várias testemunhas foram ouvidas, incluindo amigos e familiares da vítima e pessoas que estavam na festa no momento do crime. O processo foi concluído há cerca de dois anos e meio após o ocorrido, com uma sentença que reafirmou a gravidade do caso.
A juíza Mychelle Stadler destacou que a intolerância política foi um fator determinante no desfecho trágico. Em 2022, o clima político no Brasil estava acirrado devido às eleições presidenciais, que polarizaram eleitores entre os então candidatos Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva. Para a magistrada, Marcelo Arruda, como apoiador de Lula, tornou-se alvo de agressões verbais e físicas que culminaram em sua morte.