A Casa Branca está analisando possíveis sanções contra Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), por meio de um processo complexo que envolve quatro departamentos estratégicos do governo norte-americano. A medida ganhou destaque após declarações polêmicas feitas por aliados do ex-presidente Donald Trump, que classificaram Moraes como uma ameaça à democracia na região.
Sanções contra Moraes
Segundo informações divulgadas pelo portal Metrópoles, autoridades dos Estados Unidos estão debatendo possíveis sanções contra Moraes em resposta a decisões tomadas pelo magistrado nos últimos anos, especialmente no que tange ao bloqueio de perfis em redes sociais e medidas adotadas durante processos envolvendo figuras públicas internacionais.
A análise do caso está sendo conduzida com cautela e envolve quatro importantes setores da administração norte-americana. A decisão, apesar de ainda estar em fase preliminar, pode ter impactos significativos nas relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos.
No último domingo (13), Jason Miller, conselheiro de Donald Trump, se referiu a Alexandre de Moraes como “a maior ameaça à democracia no Hemisfério Ocidental”. A declaração ocorreu em meio às crescentes tensões entre representantes da direita americana e o STF brasileiro.
Vale lembrar que, em 2021, Miller foi detido no Aeroporto de Brasília pela Polícia Federal, a mando de Moraes, enquanto participava da conferência conservadora CPAC. Na ocasião, o conselheiro afirmou ter sido interrogado por mais de três horas, sem acusações formais, sendo posteriormente liberado. Em entrevistas, Miller chegou a comparar o ministro a “um vilão de James Bond”.
Departamento de Estado avalia impactos diplomáticos
O Departamento de Estado dos EUA, atualmente sob liderança do senador Marco Rubio, está revisando a possibilidade de sanções contra Moraes sob o viés diplomático. Rubio já criticou publicamente as ações do magistrado brasileiro, especialmente o bloqueio de contas nas redes sociais, que, segundo ele, comprometeriam liberdades individuais fundamentais.
Esse ponto é central na análise do Departamento, que busca equilibrar possíveis ações punitivas com a manutenção das relações diplomáticas com o Brasil, um dos parceiros estratégicos na América do Sul.
Conselho de Segurança Nacional e Departamento do Tesouro também participam
Além do Departamento de Estado, o Conselho de Segurança Nacional, liderado por Mike Waltz, participa ativamente da discussão. Waltz, conhecido por seu posicionamento crítico em relação à influência da China na América Latina, vê com preocupação a atuação de autoridades brasileiras em cenários políticos e jurídicos.
O Departamento do Tesouro também foi acionado para avaliar os efeitos financeiros e econômicos que sanções contra Moraes poderiam causar. Qualquer decisão nesse sentido deve considerar as possíveis repercussões nos investimentos, comércio bilateral e estabilidade diplomática entre os dois países.
Casa Branca consulta aliados brasileiros
Para aprofundar a análise, membros da administração americana consultaram o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o jornalista Paulo Figueiredo. Ambos mantêm relações estreitas com a ala conservadora dos Estados Unidos e forneceram informações sobre o cenário político e jurídico brasileiro.
O Conselho da Casa Branca, responsável por garantir a legalidade das ações internacionais do governo, também está envolvido, oferecendo pareceres jurídicos sobre a viabilidade das sanções contra Moraes sob o ponto de vista das normas legais dos EUA e das convenções internacionais.
O processo de avaliação de sanções contra Moraes ainda está em andamento, com diferentes setores do governo dos Estados Unidos revisando os aspectos legais, diplomáticos e econômicos envolvidos. Embora nenhuma decisão definitiva tenha sido anunciada, o caso reflete uma crescente tensão entre setores conservadores norte-americanos e figuras do Judiciário brasileiro, podendo abrir precedentes inéditos nas relações bilaterais entre os dois países.