*Sêmia Mauad/ Opinião MT
Foi deflagrada na manhã desta quinta-feira, dia 08 de maio, pela Polícia Civil, a Operação Poço sem Fundo, que tem o objetivo o cumprimento de 226 ordens judiciais contra investigados que integram associação criminosa instalada na Companhia Mato-Grossense de Mineração (Metamat). Segundo a polícia, os suspeitos fraudavam a execução de contratos para a perfuração de poços artesianos.
Os mandados foram expedidos contra seis empresas, além de 24 pessoas, entre servidores, ex-servidores e empresários, que estão sendo investigadas de participar do crime.
A polícia cumpre mandados de busca e apreensão, sequestro de 49 imóveis, de 79 bens móveis, além de bloqueio de valores das contas dos investigados e das empresas nas cidades de Cuiabá, Várzea Grande e Tangará da Serra. É importante ressaltar ainda que outras medidas cautelares são cumpridas, como afastamento de função pública uma vez que servidores possam estar envolvidos.
Dados de auditorias feitas pela Controladora Geral do Estado apontam prejuízos de cerca de R$ 22 milhões de reais devido aos desvios de valores dos cofres públicos.
As investigações foram realizadas pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção, após denúncia do próprio governo do estado. Com a denúncia, os pagamentos feitos pelo governo de Mato Grosso as empresas investigadas, ficam suspensos.
Os investigados não podem manter contato uns com os outros e tiveram que entregar os passaportes.
O CONTRATO E AS IRREGULARIDADES
As investigações da polícia apontaram atuação de associação criminosa dentro da Metamat, que atuava no desvio de dinheiro de contratos firmados pela estatal entre os anos de 2020 e 2023. A proposta do contrato firmado era promover o abastecimento de água em comunidades rurais do estado. Nesse sentido, as empresas deveriam construir poços artesianos e garantir a distribuição de água para os moradores.
Entretanto, auditoria da Controladoria Geral do Estado apontou irregularidades. Poços indicados como construídos ou ainda poços que não tinham condições de armazenar água, não foram localizados pelas equipes.
Poços teriam sido construídos ainda dentro de propriedades particulares, áreas de pastagens e plantações, granja e até mesmo dentro de um garimpo. Tal fato, demonstra desvio do objetivo que é de atender as comunidades rurais.