*Sêmia Mauad/ Opinião MT
Em seu primeiro mês de funcionamento, o serviço de denúncia contra facções criminosas, implementado pelo Governo do Estado de Mato Grosso no âmbito do Programa Tolerância Zero, contabilizou 380 denúncias, resultando em ações policiais. Criado em 11 de março, o canal registrou uma média de 13 relatos diários.
O secretário de Segurança Pública, coronel César Roveri, destacou a efetividade da iniciativa.
“Mesmo 30 dias sendo considerado um prazo curto quando se trata de crimes de maior complexidade, que exigem mais tempo para apuração e produção de provas, a Polícia Civil já fez operações com base em denúncias que chegaram pelo Disque Extorsão.”
Do total de denúncias, a expressiva maioria, 345 (90%), foi formalizada através do telefone 181, o Disque Extorsão. As 35 restantes chegaram via internet, por meio da aba ‘Facção Criminosa’ do serviço ‘E-Denúncias 24 horas’, disponível no site da Secretaria de Segurança Pública (Sesp-MT) para o registro de diversas modalidades criminosas.
Roveri enfatizou o papel crucial da participação cidadã.
“Informações fornecidas por cidadãos mato-grossenses foram fundamentais, por exemplo, para a Falso Profeta, a segunda operação da Polícia Civil dentro do trabalho de desarticulação de esquemas de extorsão e lavagem de dinheiro praticados por facção criminosa contra estabelecimentos comerciais de distribuição de água mineral em Cuiabá e Várzea Grande”.
A operação Falso Profeta, deflagrada em 20 de março pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e pela Delegacia Especializada de Repressão ao Crime Organizado (Draco), cumpriu 30 ordens judiciais. Foram executados sete mandados de prisão preventiva, nove de busca e apreensão, duas determinações de proibição de atividade econômica para empresas, cinco sequestros de veículos e sete bloqueios de contas bancárias, gerando um prejuízo inicial de R$ 1,5 milhão aos criminosos, conforme dados da Polícia Civil.
Roveri lembrou que o Disque Extorsão 181 integra o programa Tolerância Zero às Facções Criminosas, lançado em novembro de 2024 pelo governador Mauro Mendes.
A iniciativa incluiu a convocação de 400 novos servidores para a área da Segurança Pública, a implantação de uma coordenadoria e a ampliação do número de delegacias especializadas no combate ao crime organizado. Além disso, o governo constituiu o Comitê Integrado e Estratégico de Combate às Facções Criminosas, um órgão deliberativo presidido pelo governador, com a participação de representantes de outros poderes e da sociedade civil organizada.