A Corregedoria da Polícia Militar (PM-SP) indiciou nesta sexta-feira (31) 17 policiais suspeitos de envolvimento no assassinato de Vinícius Gritzbach, ex-integrante e delator do Primeiro Comando da Capital (PCC). O crime ocorreu em novembro do ano passado no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Gritzbach havia revelado detalhes sobre a ligação entre agentes de segurança e a organização criminosa pouco antes de ser morto.
O caso Vinícius Gritzbach
Entre os 17 policiais indiciados, 14 faziam parte da equipe de escolta de Vinícius Gritzbach e foram denunciados por envolvimento com organização criminosa. Outros três policiais, apontados como responsáveis diretos pela execução, responderão pelo artigo 150 do Código Penal Militar, que trata do uso indevido de armamento bélico para a prática de violência.
A PM afirmou que o homicídio foi encomendado por dois integrantes do PCC, envolvidos tanto com o tráfico de drogas quanto com a lavagem de dinheiro. O caso segue em apuração, e a Corregedoria da corporação destaca que não tolera qualquer ligação de seus agentes com o crime organizado. O inquérito deve ser concluído nos próximos dias e encaminhado à Justiça Militar.
Investigação e prisões
Até o momento, 26 pessoas foram presas por envolvimento no caso. Além dos 17 policiais militares indiciados, cinco policiais civis também estão detidos. Outras quatro pessoas ligadas ao homem identificado como “olheiro” do crime, que segue foragido, foram capturadas.
O assassinato ocorreu poucos dias depois de Vinícius Gritzbach prestar depoimento revelando a conexão de policiais com o PCC. Em sua colaboração com as autoridades, ele se comprometeu a detalhar a estrutura da facção e o papel dos agentes de segurança no esquema criminoso.
As investigações que resultaram nas prisões tiveram início em março do ano passado, após uma denúncia anônima sobre o vazamento de informações sigilosas dentro da Polícia Militar. De acordo com a Corregedoria, dados estratégicos eram comercializados por policiais militares da ativa e da reserva para integrantes do PCC. O objetivo do esquema era impedir prisões e minimizar os prejuízos financeiros da facção.
Vinícius Gritzbach estava entre os beneficiados pelo esquema antes de se tornar delator. A investigação mostrou que ele recebia informações privilegiadas para evitar operações policiais contra membros da facção. Sua decisão de colaborar com as autoridades pode ter motivado sua execução.