Um grupo expressivo de comandantes do Hezbollah está se deslocando do Líbano para países da América do Sul, incluindo o Brasil. A movimentação, que já resultou na chegada de ao menos 200 integrantes à região, levanta alertas em meio a discussões sobre o desarmamento da organização após confrontos com Israel.
Comandantes do Hezbollah chegam à América Latina
De acordo com informações divulgadas pelo canal saudita Al Hadath, que citou uma fonte diplomática latino-americana, aproximadamente 400 comandantes do Hezbollah estão em processo de saída do Líbano. Destinos confirmados incluem Brasil, Colômbia, Venezuela e Equador. Metade desse contingente já se encontra na América do Sul, enquanto os demais devem desembarcar nos próximos dias.
A fonte afirmou que a decisão de deslocar os comandantes do Hezbollah se deve ao receio de que eles se tornem alvos caso a estrutura militar do grupo seja desmantelada. A movimentação estratégica estaria sendo conduzida de forma discreta, visando preservar a liderança da organização.
Presença na América do Sul e estrutura do grupo
O Hezbollah já possui uma presença estabelecida na América do Sul, especialmente em áreas de fronteira como a Tríplice Fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina. Essa região é frequentemente mencionada por autoridades internacionais devido a suspeitas de atividades financeiras e logísticas ligadas ao grupo. Estima-se que dezenas de milhares de membros ainda permaneçam no Líbano, enquanto a rede internacional segue operando. De acordo com as informações, parte deles já chegou ao Brasil, Colômbia e outros países.
Governo libanês pressiona por desarmamento
O presidente libanês, Joseph Aoun, declarou recentemente que o ano de 2025 será marcado pela centralização das armas sob controle estatal. Durante pronunciamento oficial, Aoun enfatizou que o desarmamento do Hezbollah ocorrerá por meio de diálogo e cooperação, destacando a importância de evitar um conflito interno no país.
Ele também afirmou que a comunicação com o grupo permanece aberta e produtiva. Como parte das ações do governo, o exército do Líbano estaria atuando no fechamento de túneis e destruição de arsenais pertencentes ao Hezbollah.
Reação do Hezbollah às medidas
Em resposta às declarações de Aoun, o líder do Hezbollah, Mahmoud Qamati, manifestou rejeição à ideia de desarmamento. Em discurso recente, ele declarou que o grupo permanece comprometido com suas armas e sua resistência. Qamati citou o ex-secretário-geral do grupo, Hassan Nasrallah, reafirmando que qualquer tentativa de interferência no arsenal do Hezbollah será enfrentada com rigor.
A movimentação de comandantes do Hezbollah para países sul-americanos, incluindo o Brasil, ocorre em um momento delicado de tensões políticas e discussões sobre o futuro da organização no Líbano. Enquanto o governo libanês busca centralizar o controle de armamentos, o grupo reage com firmeza. A presença crescente de integrantes do Hezbollah na América do Sul deve continuar gerando atenção das autoridades locais e internacionais nos próximos meses.