A tensão no cenário internacional aumentou nesta terça-feira (22), após uma declaração oficial do Ministério do Comércio da China. O governo chinês afirmou que está disposto a tomar medidas firmes caso outras nações fechem acordos com os Estados Unidos que prejudiquem os interesses chineses. A declaração foi dada durante uma coletiva de imprensa, quando um jornalista questionou a posição da China frente à possibilidade de pressão norte-americana para reduzir investimentos estrangeiros em território chinês. Diante dessa hipótese, o governo deixou claro: “a China vai retaliar países” que optarem por esse caminho.
Reação chinesa à influência dos EUA em acordos globais
De acordo com o porta-voz do ministério, embora os países tenham liberdade para negociar com os Estados Unidos, a China não tolerará ações que comprometam suas relações comerciais ou prejudiquem sua posição estratégica. “Jamais aceitaremos acordos feitos às custas dos interesses chineses”, disse. Ele afirmou ainda que, caso tais medidas sejam adotadas, a China responderá com contramedidas proporcionais.
A manifestação reforça o posicionamento firme da China frente ao que considera um esforço coordenado dos EUA para isolar economicamente o país. As falas do porta-voz indicam que Pequim observa de perto os desdobramentos diplomáticos e não hesitará em agir de forma recíproca.
O governo chinês acusou os Estados Unidos de transformar o comércio internacional em uma disputa injusta, baseada em ameaças e políticas coercitivas. Segundo a China, a atual estratégia norte-americana se baseia em práticas unilaterais que desestabilizam a ordem econômica global. “Os EUA transformaram o comércio internacional em uma ‘lei da selva’, impondo sua vontade sob o pretexto de reciprocidade”, afirmou o porta-voz.
Ele ainda destacou que essa postura reflete uma tentativa de domínio por meio do que chamou de bullying econômico. Para Pequim, é essencial que os demais países reconheçam essa estratégia e se unam contra qualquer tipo de coerção econômica, defendendo um comércio multilateral justo e equilibrado.
Escalada da guerra comercial entre EUA e China
O cenário atual é reflexo da escalada da guerra comercial entre as duas potências. Desde o início de abril, os Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, intensificaram medidas protecionistas com o anúncio do chamado “liberation day”, impondo tarifas a seus parceiros comerciais — com maior peso sobre a China, que foi penalizada com um aumento de 145% nas tarifas sobre seus produtos exportados aos EUA.
Como resposta, Pequim implementou tarifas de 125% sobre bens norte-americanos, sinalizando que a China vai retaliar países e governos que adotarem ações semelhantes em aliança com Washington. Esse embate intensifica a instabilidade econômica global, sobretudo para nações que mantêm relações comerciais relevantes com ambos os países.