A Sociedade Nacional de Agricultura (SNA) firmou um acordo estratégico com a estatal chinesa Hulunbuir State Farm Group para fortalecer a cooperação agrícola entre os dois países. A parceria foi oficializada no início de fevereiro, durante o Seminário de Promoção de Cooperação Comercial e de Investimentos entre China (Mongólia Interior) e Brasil, em São Paulo. O objetivo principal é fomentar o plantio de soja e a troca de tecnologias para impulsionar a produtividade agrícola.
Brasil e China reforçam laços para expansão do plantio de soja
O compromisso firmado estabelece diretrizes para uma colaboração estratégica e sustentável, visando benefícios mútuos no setor agrícola. Representando a SNA, o vice-presidente Hélio Sirimarco destacou que a estatal chinesa, uma das maiores produtoras de soja e milho, está interessada nas tecnologias brasileiras para aprimorar suas operações agrícolas.
O Brasil se consolidou como o maior exportador mundial de soja, enquanto a China lidera as importações globais do grão. A parceria não se restringe apenas à aquisição do produto brasileiro, mas também busca incentivar a produção em território nacional.
Atualmente, o Brasil conta com aproximadamente 30 milhões de hectares de pastagens degradadas que podem ser convertidas em áreas produtivas sem desmatamento, um fator relevante para os chineses.
Intercâmbio tecnológico e benefícios para o agronegócio
A estatal chinesa pretende adotar um modelo de cooperação bidirecional, estabelecendo parcerias com produtores brasileiros para aumentar a produtividade de milho e soja. Esse modelo inclui intercâmbio tecnológico, compartilhamento de recursos e desenvolvimento de pesquisas conjuntas para modernizar as práticas agrícolas.
Por outro lado, a SNA será responsável por oferecer consultoria em diversas áreas, incluindo políticas agrícolas, condições de mercado, lucratividade e avanços tecnológicos. A entidade também buscará otimizar novos modelos de cooperação para garantir um crescimento sustentável do agronegócio brasileiro.
Hélio Sirimarco ressaltou o papel da SNA como elo entre os diversos setores do agronegócio, trabalhando com entidades como a Aprosoja, Abramilho e Embrapa, além de sua participação ativa em câmaras setoriais do Ministério da Agricultura (MAPA).
Educação e inovação impulsionando o agronegócio
Além da troca de tecnologias agrícolas, a parceria inclui um viés educacional e inovador. A Faculdade SNA Digital e a SNASH, que reúne mais de 150 startups voltadas para o agronegócio, estarão à disposição para contribuir com soluções inovadoras para a estatal chinesa. Esse intercâmbio pode facilitar o desenvolvimento de novas tecnologias e aprimoramento das técnicas de cultivo, beneficiando produtores brasileiros e chineses.
China e sua demanda crescente por soja
Mesmo sendo o maior importador global de soja, a China também possui uma produção interna relevante. Na safra 2022/2023, o país produziu cerca de 18,5 milhões de toneladas do grão, conforme dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). No entanto, essa quantidade ainda não é suficiente para atender à sua alta demanda, principalmente no setor de alimentação animal e produção de óleo vegetal.
Para suprir esse déficit, a China recorre às importações, sendo o Brasil um dos principais fornecedores. Na mesma safra, o Brasil produziu cerca de 154 milhões de toneladas de soja, consolidando sua posição de maior produtor mundial.