O CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, pediu desculpas ao Brasil após críticas que levantaram dúvidas sobre a qualidade da carne produzida no país. O executivo enviou uma carta ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, para esclarecer sua declaração que gerou uma crise entre o setor agropecuário brasileiro e a rede de supermercados.
Críticas do CEO do Carrefour a carne brasileira
Na semana passada, Alexandre Bompard anunciou que o Carrefour França suspenderia a compra de carnes provenientes do Mercosul, afetando diretamente Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. A decisão foi tomada em meio a protestos de agricultores franceses contra o acordo de livre comércio entre a União Europeia e o bloco sul-americano. Segundo Bompard, o acordo representaria o risco de introduzir no mercado francês carnes que não atendem aos “requisitos e padrões” locais.
As declarações geraram forte reação no Brasil, com produtores de carne promovendo um boicote ao Carrefour e exigindo uma retratação pública. O setor agropecuário destacou que a carne brasileira segue rígidos padrões de qualidade, sendo exportada para mais de 160 países.
A pressão levou Bompard a publicar uma carta de desculpas, que foi divulgada inicialmente pelo site Neofeed e repercutida ao vivo pela CNN Brasil. Na carta, o executivo afirmou que a declaração não deveria ser interpretada como uma afronta à parceria com a agricultura brasileira. Ele também atribuiu o incidente à comunicação inadequada do Carrefour na França.
Pedido de Desculpas e Posição do Ministério da Agricultura
O CEO global do Carrefour destacou na carta que o “Grupo Carrefour Brasil é profundamente brasileiro” e lamentou os desdobramentos da polêmica. Contudo, Bompard não indicou se a rede voltará a comprar carne do Mercosul para suas operações na França.
O Ministério da Agricultura confirmou o recebimento do pedido de desculpas e reforçou o compromisso do Brasil com uma produção agropecuária de alta qualidade, destacando o rigor da legislação ambiental do país.
Em nota, o ministério enalteceu o trabalho do setor e mencionou a abertura de 281 novos mercados internacionais nos últimos dois anos, um reflexo das boas relações diplomáticas do governo brasileiro.