O caso Vitória sofreu uma reviravolta neste domingo (9), quando a Polícia Civil de Franco da Rocha incluiu seu pai, Carlos Alberto Sousa, na lista de suspeitos. O corpo da adolescente foi localizado na última quarta-feira (5), e, após análise das evidências, os investigadores apontaram incongruências no comportamento e nas falas do pai.
Movimentos suspeitos após o crime
Segundo o inquérito, Carlos teria solicitado um terreno ao prefeito de Cajamar, Kauan Berto (PSD), logo após o crime. A atitude gerou questionamentos, pois ocorreu em um momento em que a família deveria estar focada nas buscas pela jovem. Além disso, no dia do desaparecimento de Vitória, ele não cumpriu sua rotina de buscá-la no trabalho, justificando a ausência pelo conserto do carro.
Outro ponto que chamou atenção foi a omissão de Carlos em relatar uma ligação feita para a filha na madrugada do desaparecimento, em 27 de fevereiro. A investigação também revelou que Vitória pretendia mudar-se de casa devido a conflitos familiares, um fato que não foi mencionado pelo pai em seus primeiros depoimentos.
Defesa do pai de Vitória
Em entrevista ao jornalista Roberto Cabrini, do SBT, Carlos Alberto Sousa negou qualquer envolvimento e afirmou que sua preocupação era apenas encontrar a filha. “Qual pai não tentaria falar com a filha ao perceber que ela estava desaparecida?”, questionou ele. Carlos também argumentou que Vitória desejava morar com a irmã mais velha para facilitar o deslocamento ao trabalho.
A polícia, no entanto, investiga a possibilidade de que a relação conturbada da adolescente com os pais possa ter influenciado o crime. Entre os fatores considerados está o relacionamento dela com o ex-namorado Gustavo Vinicius Moraes, de 26 anos, que também figura entre os suspeitos.
Novos avanços na investigação
No sábado (8), Maicol Antônio Sales dos Santos, vizinho da família e dono de um Toyota Corolla prata, foi preso. O veículo teria sido visto na região do desaparecimento de Vitória. Além disso, Maicol não apresentou uma versão consistente dos fatos, e sua esposa revelou que ele não estava em casa na noite do crime, contrariando seu depoimento inicial.
Outro suspeito, Gustavo Vinicius Moraes, ex-namorado de Vitória, teve sua prisão negada pela Justiça, mas continua sob investigação. Ele se apresentou voluntariamente à delegacia e alegou estar sendo ameaçado. Inicialmente, negou ter tido contato com a jovem no dia do crime, mas dados de triangulação de celular indicam que ele esteve próximo ao local do desaparecimento por volta das 0h35.
Possível crime passional
Durante o fim de semana, a polícia realizou buscas no Toyota Corolla e em um local próximo à represa de Cajamar, onde se acredita que a jovem tenha sido torturada antes de ser morta. O corpo de Vitória apresentava sinais de agressão severa, incluindo ferimentos profundos e os cabelos raspados.
A principal linha de investigação aponta para um crime passional motivado por vingança. A polícia segue analisando provas e depoimentos para esclarecer a dinâmica do crime e identificar os responsáveis.
O caso Vitória segue em investigação, com novos desdobramentos sendo analisados pela polícia. A inclusão do pai entre os suspeitos adiciona uma nova perspectiva ao caso, que já conta com outras linhas de apuração envolvendo possíveis conflitos familiares e relações passadas da vítima. As autoridades continuam reunindo evidências para esclarecer os fatos e levar os responsáveis à justiça.