A intensificação da guerra comercial entre Estados Unidos e China está provocando um verdadeiro terremoto nos mercados financeiros globais. Com as bolsas em queda, investidores ao redor do mundo reagem com preocupação à retaliação chinesa contra as tarifas impostas pelos EUA. O cenário de tensão afeta moedas, commodities e criptomoedas, gerando uma onda de pessimismo generalizada.
Abertura do mercado brasileiro reflete tensão externa
Esta segunda-feira (7) começou com forte instabilidade nos mercados, em resposta direta à deterioração das relações comerciais entre as duas maiores economias do mundo. No Brasil, o dólar apresentou valorização desde a abertura, sendo cotado inicialmente a R$ 5,88. Por volta das 10h30, a moeda norte-americana já operava com alta de 1%, atingindo R$ 5,9008.
O Ibovespa, principal índice da B3, abriu o dia com leve recuo, mas rapidamente ampliou as perdas. No mesmo horário, o índice registrava queda de 1,9%, sendo negociado a 124.844 pontos. O cenário demonstra como as bolsas em queda se tornaram uma tendência global diante do agravamento do conflito comercial.
Nos Estados Unidos, os contratos futuros dos principais índices de Wall Street indicavam fortes perdas. O S&P 500, em particular, caminhava para um cenário de “bear market”, com desvalorização superior a 20% em relação ao pico registrado anteriormente. Isso caracteriza oficialmente um mercado em tendência de baixa.
Durante o fim de semana, o presidente Donald Trump afirmou que não pretende retomar negociações com a China até que o déficit comercial norte-americano seja resolvido. A declaração foi interpretada como um indicativo de endurecimento nas negociações, o que levou o S&P 500 a acumular queda de 10,5% em apenas duas sessões, apagando cerca de US$ 5 trilhões em valor de mercado.
Às 7h55 (horário de Brasília), os futuros do S&P 500 apresentavam recuo de 1,97%. O índice Nasdaq 100 caía 2,15%, e o futuro do Dow Jones registrava queda de 2,02%, aprofundando ainda mais o movimento de bolsas em queda no mercado americano.
Europa teme recessão diante de incertezas
O impacto da guerra comercial também se espalhou pelo continente europeu. O índice STOXX 600, que representa as principais ações da Europa, caiu 4,2%, atingindo 475,15 pontos – o menor patamar em 16 meses. Esse foi o quarto dia consecutivo de queda, marcando o maior recuo percentual desde o auge da pandemia de Covid-19.
Autoridades europeias debatem a implementação de contramedidas comerciais contra os EUA, podendo afetar até US$ 28 bilhões em importações. Produtos como aço, alumínio, automóveis e outros itens estão na mira de tarifas retaliatórias.
A falta de sinalização por parte do governo norte-americano sobre um eventual recuo aumentou os temores de recessão no continente. O índice europeu já acumula queda de cerca de 17% desde seu recorde histórico, atingido em março deste ano, fortalecendo o movimento global de bolsas em queda.
Bolsas em queda: Colapso nos mercados asiáticos
A Ásia não ficou imune à crise. O índice Hang Seng, da Bolsa de Hong Kong, registrou queda de 13,22%, a maior baixa diária desde 1997. O recuo foi impulsionado por vendas em massa de ativos ligados a setores como tecnologia, energia solar, bancos e e-commerce.
Já o índice CSI300, que reúne as maiores empresas listadas nas bolsas de Xangai e Shenzhen, fechou o dia com perda de 7,05%. A Central Huijin, braço de investimentos estatais da China, anunciou a compra de ações chinesas em uma tentativa de conter a instabilidade, mas os esforços não foram suficientes para estancar a tendência de bolsas em queda no continente.
A ausência de iniciativas conciliatórias por parte da Casa Branca transferiu o foco dos investidores para Pequim, que agora é pressionada a apresentar medidas de estímulo à economia doméstica e apoio às exportações.
Petróleo acompanha retração global
A instabilidade nos mercados também se reflete nas commodities, especialmente o petróleo. Os contratos futuros do Brent recuaram 2,65%, sendo negociados a US$ 63,84 o barril. Já o WTI, referência nos Estados Unidos, caiu para US$ 60,35, acumulando perdas semelhantes.
A expectativa de aumento na oferta por parte da Opep+ e o medo de uma recessão global — potencialmente agravada pelas tensões comerciais — explicam a queda nos preços. Na semana anterior, o Brent acumulou retração de 10,9%, enquanto o WTI caiu 10,6%.
A queda contínua nas cotações reflete o temor de desaceleração econômica e reforça o ambiente de aversão ao risco, em linha com o comportamento das bolsas em queda.