O setor de entregas por aplicativos, incluindo gigantes como iFood e Rappi, enfrenta um momento de intensa discussão e negociação em relação à regulamentação proposta para os trabalhadores deste meio. A possibilidade de estipular um pagamento mínimo de R$ 25 por hora trabalhada levantou preocupações significativas entre as empresas, que consideram a medida “inaceitável”.
Desafios e Preocupações
O debate em torno da regulamentação dos entregadores de aplicativos de delivery alcançou um ponto crucial, com a proposta de fixar um pagamento mínimo por hora trabalhada.
Para o iFood, que emprega aproximadamente 500 mil entregadores, a medida implicaria em custos substanciais e preocupações adicionais, como as contribuições previdenciárias. Estas últimas representariam um ônus de 20% sobre as empresas, embora não contribuíssem diretamente para a aposentadoria dos trabalhadores.
Negociações em andamento
Desde a criação de um comitê pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tratar da regulamentação do setor, diversas tentativas de negociação foram realizadas. As empresas, inclusive iFood e Rappi, propuseram um pagamento máximo de R$ 17 por hora, oferta que não foi bem recebida pelos entregadores. Atualmente, o valor repassado aos entregadores é de R$ 6,50 por entrega, muito abaixo do proposto pelo governo.
As negociações têm enfrentado obstáculos, especialmente devido à insatisfação das empresas com a condução do processo pelo ministro Luiz Marinho (Trabalho e Emprego). Uma nova rodada de negociações, envolvendo todas as partes interessadas, está prevista para ocorrer dentro de 30 dias.
Foco no transporte de pessoas
Com a resistência dos aplicativos de delivery à proposta de regulamentação, o governo tem redirecionado seu foco para a regulamentação do trabalho por aplicativos de transporte de pessoas, como Uber e 99. Neste segmento, um projeto de lei será enviado ao Congresso Nacional, propondo uma remuneração mínima de R$ 32,09 por hora trabalhada e uma contribuição previdenciária de 27,5%.
A solução para esse impasse ainda está em aberto, e as próximas semanas serão cruciais para definir o futuro do trabalho por aplicativos no Brasil.