A Justiça Federal do Distrito Federal suspendeu, a resolução do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) que estabelecia diretrizes para o atendimento humanizado e especializado de crianças e adolescentes no caso de aborto legal. A decisão gerou reações diversas entre membros da sociedade civil e representantes do governo.
A Resolução do Conanda
A resolução havia sido aprovada na segunda-feira (23) e contava com o apoio de representantes da sociedade civil, enquanto membros do governo e da ala conservadora manifestaram-se contra a medida. O documento estabelecia diretrizes para garantir um atendimento humanizado a menores de idade que tivessem direito ao aborto em decorrência de violência sexual.
A suspensão da resolução foi resultado de um pedido feito pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF). A medida não possui força de lei, mas fornecia orientações claras sobre o atendimento a ser prestado a crianças e adolescentes vítimas de violência sexual que optassem pelo aborto legal. Entre as diretrizes, estava a priorização da decisão da gestante, mesmo que houvesse divergência com o posicionamento dos responsáveis legais.
Reações e declarações
Nas redes sociais, a senadora Damares Alves celebrou a suspensão da resolução, destacando que a decisão representa o restabelecimento da “autonomia da família”. Ela afirmou que “nenhuma menina, nenhuma criança pode ser mãe”, enfatizando a necessidade de combater o abuso sexual e a pedofilia.
A suspensão da resolução do Conanda pela Justiça Federal do Distrito Federal é um episódio que expõe a complexidade e a sensibilidade do debate sobre o aborto legal no Brasil. O confronto de opiniões entre membros da sociedade civil e representantes do governo destaca a necessidade de um diálogo contínuo e equilibrado sobre os direitos das crianças e adolescentes vítimas de violência sexual.