Diante de uma seca severa que ameaça o abastecimento de energia no Brasil, o governo do presidente Lula estuda a reintrodução do horário de verão. A medida, extinta em 2019, é vista como uma possível solução para evitar o racionamento de energia, já que a situação hídrica atual é uma das piores desde 1950.
Horário de verão como solução para a crise energética
A seca que afeta o Brasil em 2024 é considerada uma das mais graves em décadas. Com os níveis dos reservatórios hidrelétricos em queda, o governo está buscando alternativas para evitar o colapso do sistema energético. Uma dessas alternativas é a reintrodução do horário de verão, que foi abolido no governo de Jair Bolsonaro em 2019.
O horário de verão, que tradicionalmente adianta os relógios em uma hora durante o período de maior luminosidade, tem como objetivo economizar energia elétrica ao estender o período de luz natural. Com isso, o consumo durante o horário de pico diminui, reduzindo a pressão sobre o sistema elétrico, especialmente em tempos de escassez hídrica.
Além de estudar o retorno do horário de verão, o governo já autorizou o aumento do uso de usinas termelétricas, que operam com gás natural, para garantir o fornecimento de energia. As termelétricas são uma alternativa mais cara e poluente em comparação às hidrelétricas, mas se tornaram essenciais diante da atual crise hídrica.
Essas usinas são acionadas principalmente quando os reservatórios estão em níveis críticos e há risco de falta de energia. A medida visa suprir a demanda, mas tem gerado aumento nas tarifas de energia, pressionando a inflação e afetando diretamente o bolso dos consumidores.
Impacto da crise hídrica no Brasil
O Brasil enfrenta em 2024 a pior seca desde 1950, de acordo com dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemadem). A seca severa tem afetado não só o abastecimento de água em várias regiões, mas também o funcionamento de usinas hidrelétricas, que são responsáveis por grande parte da geração de energia no país.
Na Amazônia, os efeitos da seca têm sido devastadores. Os rios Madeira e Negro, que são fundamentais para o transporte e abastecimento da região, atingiram níveis historicamente baixos, isolando comunidades inteiras e comprometendo o fornecimento de alimentos e outros recursos essenciais. Manaus, capital do Amazonas, também sofre com o impacto da crise, enfrentando dificuldades logísticas e de abastecimento. Enquanto o governo avalia suas opções, a seca continua a pressionar tanto o sistema elétrico quanto as finanças dos brasileiros, com o aumento das tarifas de energia.