Iarla da Silva Alves, 24 anos, vive dias difíceis. Estudante de odontologia, com uma vida inteira de oportunidades, ela se tornou mais uma vítima de violência doméstica. Na última terça-feira, dia 27 de agosto, Iarla abriu seu coração para a primeira-dama de Mato Grosso, Virginia Mendes, e contou sobre o terror que tem enfrentado.
Há um ano e meio, Iarla se mudou de Campos Salles, cidade localizada no interior do Ceará, para Várzea Grande, acompanhada pelo empresário do ramo da mineração R.D.O.S, 40 anos, com quem conviveu por cinco anos. A jovem relatou que, no Ceará, foi agredida fisicamente, mas ficou em cárcere privado na própria residência por quatro dias e não conseguiu fazer o exame de corpo de delito a tempo, pois os hematomas já haviam desaparecido.
“Quando passaram os quatro dias, eu não tinha mais as manchas, mas mesmo assim fiz a denúncia. Depois, ele voltou e disse que nunca mais aconteceria, e a gente acaba acreditando. Eu não sofri apenas agressões físicas, mas também psicológicas. Hoje, vivo a violência patrimonial. Preciso muito de ajuda, minha família está longe e tenho receio por minha vida”, contou a jovem.
A estudante possui uma medida protetiva e utiliza um botão do pânico. Ela também relatou que, na última vez em que o empresário violou a medida protetiva, ele foi preso por 60 dias. Agora, em liberdade, ele continua a perseguir Iarla.
Na manhã desta quarta-feira, 28 de agosto, mesmo com os alugueis pagos, Iarla recebeu uma ordem de despejo. Sua advogada está oferecendo todo o suporte necessário, mas, infelizmente, o empresário parece não temer a justiça.
“Eu não estou conseguindo pagar minha faculdade, meu pedido de pensão foi revogado, e agora recebo uma ordem de despejo. O que mais pode acontecer? Por isso estou pedindo ajuda para a dona Virginia, porque ela está lutando por vítimas que passam pelo que estou passando. Eu preciso ter minha vida de volta”, reiterou Iarla.
Virginia Mendes voltou a cobrar atenção às leis, destacando as falhas preocupantes. “O caso de Iarla é um exemplo alarmante das falhas no sistema de proteção às mulheres vítimas de violência no Brasil com leis tão arcaicas. A impunidade que o agressor experimenta não só coloca a vida de Iarla em risco, mas também envia uma mensagem perigosa sobre a eficácia das medidas protetivas no país”, alertou.
“Precisamos tomar medidas urgentes para garantir que Iarla e outras mulheres em situações semelhantes sejam realmente protegidas e que os agressores sejam responsabilizados por suas ações, sem brechas que permitam sua reincidência. A sociedade não pode mais tolerar que mulheres sejam submetidas a um ciclo interminável de violência e medo”, concluiu.
*Assessoria