Um incêndio devasta o pantanal sul mato-grossense neste momento. De acordo com a Defesa Civil, as chamas se espalharam após um acidente de caminhão em Corumbá, ocorrido há uma semana. O incidente resultou na propagação do fogo por cerca de 80 mil hectares, equivalente a uma área maior que o Distrito Federal.
O incêndio devasta o pantanal
O fogo teve início depois que um caminhão atolou em uma área de lama e vegetação seca, pegando fogo. Desde então, as chamas se espalharam por diversas fazendas da região, atingindo aproximadamente 80 mil hectares. A causa do incêndio no caminhão ainda está sob investigação pelas autoridades locais.
Entre as áreas afetadas pelo incêndio estão um santuário de onças-pintadas e a Estância Caiman, localizada na Reserva Natural Santa Sofia. Além dessas, as fazendas Paraíso, Tupaceretã e Porto do Ciríaco também foram duramente atingidas pelas chamas.
O coronel Adriano Noleto Rampazo, subcomandante geral do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul, afirmou que a rápida propagação do fogo se deve à seca e aos ventos fortes, que chegam a 60 km/h. “Tivemos mais focos de calor antes do início da temporada, mas, na medida do possível, estamos controlando”, disse Rampazo.
A ONG SOS Pantanal relatou que o incêndio ganhou força em algumas regiões após a passagem de uma frente fria. “Desde o primeiro dia do incidente com o caminhão, estamos operando em nove frentes”, afirmou Leonardo Gomes, diretor-executivo da ONG. A seca ainda não atingiu seu pico, o que pode agravar a situação nos próximos meses, com o auge das queimadas historicamente ocorrendo em setembro.
Desafios logísticos e de acesso
Gustavo Figueiroa, biólogo da SOS Pantanal, destacou a dificuldade de acesso às áreas afetadas devido ao terreno difícil. “A percepção é que o fogo está se espalhando muito rápido. Mesmo com várias equipes em campo, é difícil controlar todas as frentes”, comentou Figueiroa.
Uma força-tarefa composta pelo PrevFogo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Exército, Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul, Goiás e Paraná, brigadas voluntárias, ONGs e moradores locais está empenhada no combate ao fogo. Utilizando maquinários para abrir aceiros e aeronaves para despejar água, a equipe busca bloquear o avanço das chamas.
De janeiro até o dia 1º de agosto, o Pantanal registrou 4.997 focos de calor, representando um aumento de 1.593% em comparação ao mesmo período do ano anterior, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Este índice é o maior desde o início da série histórica em 1998.