O dólar teve uma alta de 1,02% nesta sexta-feira (2), alcançando a cotação de R$ 5,8036. Este é o maior valor registrado pela moeda norte-americana desde março de 2021, refletindo o impacto de novos dados econômicos dos Estados Unidos.
Aumento do dólar
A elevação do dólar foi impulsionada pela divulgação do relatório de emprego dos Estados Unidos, conhecido como “payroll”. Os números mostraram que, em julho, foram criadas 114 mil vagas de emprego, enquanto a expectativa era de 180 mil.
Além disso, a taxa de desemprego aumentou de 4,1% em junho para 4,3% em julho, contrariando previsões de estabilidade. Esses dados abaixo do esperado contribuíram para a valorização da moeda norte-americana frente ao real.
Apesar da alta no Brasil, o comportamento do dólar foi diferente no mercado externo. O índice DXY, que mede a força do dólar em relação a uma cesta de seis outras moedas, caiu quase 1% após a divulgação do “payroll”. Isso se deu devido à expectativa de cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, e à forte valorização do iene.
Máxima Anual do Dólar
Na quinta-feira, 1º, o dólar já havia alcançado a máxima do ano, chegando a R$ 5,7430, em meio a preocupações com a desaceleração da economia norte-americana. Antes disso, o maior valor do ano havia sido registrado em 2 de julho, quando a moeda atingiu R$ 5,7009.
A divulgação do “payroll” também afetou outros mercados. Os rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano, conhecidos como Treasuries, atingiram mínimas históricas. Os rendimentos dos títulos de dez anos caíram para 3,788%, enquanto os de 30 anos, referência para hipotecas, recuaram para 4,144%. Além disso, o índice VIX, que mede a aversão ao risco em Wall Street, disparou mais de 18%, alcançando o maior nível desde 19 de abril.
Expectativas para a Política Monetária dos EUA
Com a reação ao “payroll”, o mercado começou a precificar mais cortes na taxa de juros dos Estados Unidos. Há uma probabilidade crescente de que o Fed inicie o afrouxamento monetário em setembro, com uma possível redução de 50 pontos-base na próxima reunião.
Essa perspectiva influenciou não apenas o mercado de câmbio, mas também os títulos do Tesouro e as ações, refletindo um ambiente de maior incerteza econômica.