O Superior Tribunal de Justiça (STJ) retomou nesta terça-feira (2) o julgamento de um recurso crucial para o futuro do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB). O recurso, apresentado pelo Ministério Público Estadual (MPE), visa impedir que a ação oriunda da Operação Capistrum, que investiga supostas irregularidades na Secretaria Municipal de Saúde, seja julgada pela Justiça Federal.
Início e previsão de conclusão do julgamento
O julgamento teve início às 13 hrs desta terça-feira (2), e está programado para se estender até o dia 8 de abril, coincidindo com a celebração de 305 anos da cidade de Cuiabá. O desenrolar deste caso é acompanhado de perto, dado seu potencial de redefinir a maneira como casos de natureza similar são julgados no país.
Ano passado, uma decisão proferida pelo ministro Ribeiro Dantas trouxe uma reviravolta ao caso, ao conceder um habeas corpus que determinava o envio do processo para a Justiça Federal. Tal medida veio em resposta a um pedido da defesa de Emanuel, argumentando que as supostas irregularidades, por envolverem verbas do SUS, deveriam ser julgadas em âmbito federal. O MPE, por outro lado, opôs-se firmemente a essa decisão, dando origem ao recurso atualmente sob julgamento no STJ.
Segundo afastamento de Emanuel
Este julgamento detém a capacidade de influenciar diretamente outro habeas corpus relacionado a Emanuel, especialmente considerando seu segundo afastamento do cargo em março, por decisões ligadas à gestão da saúde pública.
A defesa de Emanuel, ancorada em decisões anteriores do STJ que reverteram afastamentos prévios, vê neste julgamento uma chance de contestar o afastamento mais recente, embora reconheça que não há relação direta entre os casos.
O segundo afastamento de Emanuel, decidido pelo desembargador Luiz Ferreira da Silva do Tribunal de Justiça, baseou-se em alegações de desvios significativos de recursos públicos, com o MPE apontando o chefe do Executivo como líder de uma organização criminosa.
Essa decisão, temporariamente fixada em 180 dias, teve como um dos seus pilares a reprovação das contas do gestor pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), evidenciando um déficit de R$ 1,2 bilhão.
À medida que a decisão se aproxima, todos os envolvidos aguardam ansiosamente por um veredicto que promete ser um divisor de águas na justiça brasileira.